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Estudante denuncia agressão e ataques racistas em bar no Rio Vermelho (Vídeo)

Foto: Reprodução

Um estudante universitário de 21 anos denunciou ter sido agredido com um tapa no rosto e insultos racistas por uma mulher, em um bar que fica no Rio Vermelho, bairro boêmio de Salvador.

O caso aconteceu na última sexta-feira (7), quando Pedro Paulo Docílio Pereira comemorava o final do semestre com três amigos (um homem e duas mulheres). A agressão física foi flagrada por uma câmera de segurança instalada dentro do bar.

Segundo o estudante, uma jovem branca disse para ele: “você se acha porque é negro” e “a diferença entre eu e você é que você é preto e sou branca”.

A advogada da mulher, que aparece no vídeo agredindo o jovem, enviou um posicionamento, através de nota, onde diz que a defesa está “adotando todas as medidas legais necessárias para garantir a veracidade dos fatos, uma vez que as informações divulgadas estão em desconformidade com a realidade”.

A defesa disse ainda que a suspeita irá se pronunciar publicamente em momento “oportuno” para fornecer esclarecimentos.

Conforme Pedro Paulo, as agressões aconteceram na fila do banheiro. O caso foi registrado na Central de Flagrantes de Salvador, no sábado (8), e a apuração será iniciada pela 7ª delegacia, que fica no bairro Rio Vermelho.

O caso
De acordo com Pedro, uma jovem se aproximou dele na festa com um copo de bebida e informou que não queria mais beber. Em seguida, ofereceu a bebida.

Os amigos de Pedro, então, teriam aceitado o copo.

Nesse momento, uma jovem que seria companheira da garota se aproximou e deu um tapa na mão do amigo que aceitou a bebida, o que causou a queda do copo. “Depois ela pegou o copo do chão e arremessou na parede”, relatou Pedro.

“A mulher chegou para mim e disse: ‘Você se acha porque você é negro, né? Você se acha porque você é negão’. Eu falei: ‘Moça, eu não te conheço. Só peço que você me respeite'”.

Em seguida, o estudante disse que voltou a conversar com os amigos, quando a suspeita foi até ele e disse: ‘A diferença entre mim e você é que você é preto e eu sou branca”. Neste momento, deu um tapa no rosto dele.

“Em nenhum momento falei algo com ela, encostei na companheira dela ou assediei. Eu não fiz nada”, afirmou.

Pedro ainda perguntou para as duas mulheres se elas se sentiram assediadas por ele e pediu desculpas, com a intenção de acabar com algum mal entendido.

“Falei que se elas tivessem se sentido ofendidas em algum momento, que me desculpassem, mas eu não tinha feito nada”, ressaltou.

A mulher que entregou o copo para os amigos teria negado que tinha se sentido assediada. Já a que o agrediu, deu risada.

“Foi ensinado por minha vó e minha mãe que, nessas situações de atos racistas, as pessoas depois do ato querem que a gente se desestabilize. Querem que a gente seja agressivo, que sejamos ofensivos”.

Pedro Pereira afirmou que tentou ser “resiliente” e agir da maneira que considerou correta.

“Fui íntegro comigo, com o caráter que minha mãe me ensinou e principalmente com toda a nossa história de luta”.

Em nota, a Polícia Civil informou que uma equipe da Polícia Militar foi acionada pela gerente do bar, com a informação de que o jovem foi vítima de injúria racial por uma mulher. Afirmou ainda que o caso será investigado.

Já a assessoria do Bombar disse, em nota, que a atos de injúria racial vão contra o trabalho desenvolvido no bar e que a empresa repudia a violência em qualquer nível.

Disse ainda que o estabelecimento forneceu todo o material necessário para a polícia e que o Bombar está à disposição da das autoridades legais para qualquer esclarecimento.

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