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Policial é afastado após ser acusado de estuprar mulher dentro de delegacia

Salvador Notícia: Foto/Divulgação

A Polícia Civil do Rio de Janeiro afastou do trabalho um agente suspeito de estuprar uma mulher de 25 anos dentro da 12ª DP (Copacabana), na zona sul do Rio de Janeiro. Ele nega as acusações.

O crime teria ocorrido na madrugada do dia 3 de fevereiro, quando a jovem foi levada ao posto policial após ser agredida pelo namorado, durante uma discussão na rua. A agressão foi vista por testemunhas, que acionaram a Polícia Militar. Os agentes conduziram o casal para a delegacia, mas a mulher não queria registrar queixa.

Conforme a vítima, nesse momento, um policial civil teria levado o agressor para uma cela da unidade. Depois, teria exigido uma relação sexual com ela em troca da liberdade do namorado.

Ainda segundo a versão da mulher, ela teria sido levada para uma sala, onde o agente exibiu sua arma, colocando-a sobre a mesa. Antes do estupro ele teria dito: “Você vai me deixar bem à vontade, porque tenho conhecimento com bandidos da Rocinha [favela da zona sul]. Tenho seus documentos e seu endereço. Você vai ficar bem quietinha”.

Na sequência, ainda de acordo com o relato da vítima, o policial teria tocado em seus seios, a obrigado a realizar sexo oral e a penetrado.

Laudo do IML (Instituto Médico Legal) confirmou machucados no corpo da vítima, como escoriações nos pulsos e em uma das coxas, e a Deam (Delegacia Especial de Atendimento à Mulher) pediu à Justiça a prisão do agente. Conforme Polícia Civil, no entanto, o pedido foi indeferido.

O caso está sob sigilo, e não há informações sobre o motivo do indeferimento.

A reportagem, no entanto, conversou com agentes responsáveis pela investigação. O crime foi registrado como estupro pois, na avaliação dos investigadores, a vítima estava fragilizada e não tinha discernimento para aceitar ou não a proposta.

Segundo o advogado Ricardo Monteiro, defensor do agente, a Justiça indeferiu a prisão pois o pedido foi baseado em prints de conversas por WhatsApp que ainda não passaram por perícia.

“Esses prints foram adulterados. Ela enviou mensagens de conteúdo sexual para o policial, e ele respondeu. Ela apagou as mensagens que enviou e disse na delegacia que foi estuprada”, afirmou Monteiro. O advogado presta assessoria jurídica ao Sindicato dos Policiais Civis do Rio de Janeiro, ao qual o agente é vinculado.

Salvador Notícia: Foto/Divulgação

Monteiro enviou para a reportagem um print diferente do enviado pela vítima à Deam —nele, a mulher teria elogiado o órgão sexual do agente. Essa mensagem teria sido apagada, segundo o defensor.

O celular do policial foi enviado para a perícia da Polícia Civil. Em um dos trechos das conversas entregues pela vítima à Deam, a mulher escreve: “Você fez o trato comigo. Eu cumpri com a minha palavra. Agora, estou esperando a sua. Já quis, já provou. Agora libera ele, por favor”.

Ainda no print anexado à investigação, o policial elogia o corpo da vítima e informa que o namorado tinha sido liberado.

Em nota, a Polícia Civil afirmou que o caso segue sob investigação e confirmou o envio do aparelho celular para a perícia.

“A Corregedoria-Geral da Polícia Civil instaurou sindicância e afastou imediatamente o servidor. A Polícia Civil reforça que não compactua com nenhum tipo de desvio de conduta e que todos os fatos já estão sendo apurados, assim como as medidas cabíveis serão adotadas no rigor da lei”, disse a corporação.

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