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Suplente afirma que PF antecipou a Flávio Bolsonaro que Queiroz seria alvo de operação

Senador Flávio Bolsonaro saindo do almoço na residencia do deputado Rodrigo Maia. Foto: Sérgio Lima/PODER 360

O empresário Paulo Marinho um dos mais importantes apoiadores de Jair Bolsonaro na campanha presidencial de 2018, revelou que a Polícia Federal contou para o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) que a Operação Furna da Onça ia ser deflagrada em 2018. A operação é um desmembramento da Lava Jato, investiga desvio de dinheiro e um suposto esquema de rachadinha na Alerj (Assembléia Legislativa do Rio) e atingiu Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flavio.

Os policiais também teriam “segurado a operação” para que ela não fosse feita antes do 2º turno das eleições de 2018 e atrapalhasse a candidatura de Jair Bolsonaro à Presidência da República.

De acordo com Marinho, Flávio Bolsonaro lhe contou sobre a antecipação das informações da PF na operação que atingiu Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio na Alerj, em dezembro de 2018 –depois que Bolsonaro já tinha sido eleito com 55,2% dos votos. Na ocasião, Flávio queria que o empresário lhe indicasse um bom advogado criminal e estava “absolutamente transtornado”.

De acordo com Marinho, a conversa com Flávio explica o interesse do presidente Bolsonaro em ter alguém de sua confiança na chefia da Polícia Federal, assim como disse o ex-ministro Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública) ao pedir demissão.

Marinho foi um dos nomes mais importantes na candidatura de Bolsonaro ao Planalto, chegando a emprestar sua casa para montar a estrutura da campanha do militar. Atualmente, é pré-candidato à prefeitura do Rio de Janeiro pelo PSDB.

De acordo com Marinho, Flávio foi avisado sobre a operação Furna da Onça entre o 1º e o 2º turno das eleições de 2018 por 1 delegado que era simpatizante da candidatura de Bolsonaro. Os pleitos daquele ano foram realizados em 7 e 28 de outubro, respectivamente.

O delegado teria aconselhado também Flávio a demitir Queiroz e a filha de seu gabinete na Alerj. Assim foi feito. Em 15 de outubro de 2018, os 2 foram afastados.

ENTENDA O CASO

O relatório do Coaf que acendeu o caso na mídia está relacionado à operação Furna da Onça, que levou à prisão 10 deputados estaduais do Rio em 8 de novembro. Servidores da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro tiveram suas contas bancárias esmiuçadas pelo Coaf, inclusive Queiroz.

A assessoria de Flávio Bolsonaro afirma que não há “informação de qualquer fato que desabone” a conduta do ex-assessor , exonerado em outubro para se aposentar.

Além de trabalhar no gabinete de Flávio, Queiroz é amigo pessoal do presidente Jair Bolsonaro. Em 2013, postou em seu perfil no Instagram uma foto com o militar, pescando.

Em 7 de dezembro de 2018, Bolsonaro disse que os R$ 24.000 pagos por Queiroz à futura primeira-dama Michelle Bolsonaro referem-se à quitação de uma dívida pessoal.

Segundo ele, Queiroz utilizou a conta da futura primeira-dama para receber o dinheiro “por questão de mobilidade”.

“O nosso presidente já esclareceu. Tinha 1 empréstimo de R$ 40.000, passei 10 cheques de R$ 4.000. Nunca depositei 24.000”, afirmou Queiroz em entrevista ao SBT.

Queiroz disse em entrevista que vai explicar apenas ao MP porque recebeu depósitos de outros funcionários de Flávio nas datas próximas de pagamentos da Alerj.

Ele negou que tenha repassado parte de seu salário ao senador eleito.

“No nosso gabinete, a palavra lá é: não se fala de dinheiro, não se dá dinheiro […] Eu não sou laranja, sou homem trabalhador. Eu tenho uma despesa imensa por mês.”

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