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Nordeste ainda é a região mais buscada para o Ano-Novo

Apesar das manchas de óleo que têm surgido no litoral nordestino desde o fim de agosto, a região continua sendo o sonho de consumo dos brasileiros para passar o próximo Réveillon.

Segundo um levantamento feito no último dia 17 pela CVC, 6 dos 10 destinos mais procurados pelos clientes da agência para o período de Ano-Novo estão no Nordeste, incluindo o primeiro lugar, Maceió (AL).

O buscador de passagens aéreas Kayak também aponta a preferência pela região. Dos 10 lugares mais buscados para a data, 5 estão ali.

No segmento de luxo, os principais destinos na região —sul da Bahia, Jericoacoara e Fernando de Noronha— foram pouco ou nada afetados pelo vazamento, pelo menos até agora.

Parte dos clientes de luxo vem do exterior, mas por lá a divulgação do vazamento não está forte, segundo Martin Frankenberg, presidente da BLTA (associação nacional de turismo de luxo).

Ele espera que até dezembro a questão já esteja resolvida. “Ter um problema dessa natureza nessa época do ano é a pior notícia possível, porque o setor ganha dinheiro agora para se sustentar na baixa temporada”, afirma.

Além dos hotéis e das agências de turismo, uma queda no número de viajantes na região afetaria também os moradores locais que trabalham com o turismo, como vendedores de quitutes, motoristas, artesãos e pescadores. “O desastre é ambiental e social”, afirma Maroja.

Ao menos 200 locais de 77 cidades, em todos os estados nordestinos, registraram a presença do óleo —a última atualização oficial sobre a incidência do material, feita pelo Ibama, é de sábado (19).

Mesmo as praias que já foram limpas podem ser fonte de contaminação para os visitantes. Segundo Olívia Oliveira, diretora do Instituto de Geociências da UFBA (Universidade Federal da Bahia), depois que as manchas de óleo são retiradas elas deixam micropartículas que os seres humanos não conseguem enxergar. Além disso, o petróleo pode ficar escondido sob a areia.

A cidade de Ipojuca (PE), onde fica Porto de Galinhas, terceiro destino mais procurado pelos clientes da CVC, foi uma das atingidas pelo vazamento de óleo.

Foram duas ocorrências. A primeira delas, menor, aconteceu há seis semanas. Na sexta-feira (18), uma nova e maior leva de óleo chegou à cidade. A mancha não atingiu as piscinas naturais de Porto de Galinhas, mas ficou acumulada em praias vizinhas. A limpeza começou ainda na sexta e seguiu até o domingo (20).

“Foi uma operação de guerra”, diz Artur Maroja, vice-diretor da ABIH (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis) de Pernambuco e dono de duas hospedagens na cidade. Defesa civil, moradores, comerciantes e até turistas foram mobilizados.

Maroja afirma que as praias da cidade estão limpas e que quem pretende visitar o local não precisa se preocupar.

“Hoje, Porto de Galinhas está com uma ocupação de 85% nos hotéis, e os turistas estão aproveitando a praia quase normalmente”, diz.

Em nono lugar no ranking de destinos mais buscados na CVC, Maragogi (AL), famosa por suas piscinas naturais, também foi afetada pelo óleo, a partir do dia 16 deste mês. Ainda há vestígios do material por lá.

Fonte: Folha de São Paulo

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