Uber lança programa de empréstimos que está causando polêmica e sendo acusado de levar os motoristas à semiescravidão. Conforme reportagem recente do jornal The Guardian, a Uber lançou recentemente crédito de curto prazo a partir de US$ 500,00, a serem pagos diariamente na forma de prestação de serviço para a empresa. Esse programa de empréstimo, que possui versões no Brasil, na Índia e no Peru, estaria levando os motoristas a uma grave situação de endividamento e obrigando-os a trabalhar para o app somente pra pagar as dívidas.
Esses empréstimos fazem parte de uma iniciativa de uma subsidiária da Uber, a Uber Money, cujo objetivo é disponibilizar aos motoristas produtos financeiros, como conta bancária e cartões de crédito, por exemplo.
Vários políticos dos EUA demonstraram preocupação com a situação, como a deputada democrata californiana Lorena Gonzalez, que recentemente fez a seguinte declaração no Twitter: “Dado o modelo de negócios da empresa, as pressões financeiras extremas que ela enfrenta e seu histórico de exploração dos colaboradores, é prudente temer que esse programa de empréstimos crie uma nova e cruel forma de peonagem digital. A peonagem, usada como substituta da escravidão no sul da América pós-guerra civil, é um sistema de exploração econômica em que as pessoas são obrigadas a trabalhar para pagar suas dívidas com os empregadores”. “No caso do Uber, isso pode ser feito via smartphone, mas ainda é feudalismo”, complementou.
