Folhas, verduras, frutos e raízes que não são normalmente consumidos, com muitos sabores e propriedades a serem exploradas, as Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) vêm ganhando notoriedade e despontam como opção de diversificação da alimentação de agricultores familiares baianos.
Com o objetivo de promover a troca de informações e saberes sobre as experiências de restauração produtiva, produção e conservação de PANC do Estado, foi realizada, nesta terça-feira (26), a Oficina de PANC, durante a 10ª Feira Baiana da Agricultura Familiar e Economia Solidária, que segue até domingo (1º), no Parque de Exposições de Salvador, durante a Fenagro.
O evento reuniu representantes de diferentes comunidades tradicionais, organizações e movimentos sociais, instituições de ensino e do poder público da Bahia para dar continuidade à discussão da diversidade, da conservação e da salvaguarda dos recursos genéticos locais, um patrimônio biocultural de importância para a soberania alimentar dos povos da cidade e do campo.
Ministrada pelo professor Geraldo Aquino, do Instituto de Biologia da Ufba e coordenador da Rede PANC Bahia, a oficina teve na troca de experiências o ponto alto: “Nesta oficina foi apresentado para os participantes vários tipos de PANC, como as hortaliças tradicionais e as plantas silvestres. Então, esse conhecimento foi exposto e houve a troca de informações entre os participantes, pois todos os presentes conheciam um pouco sobre o tema”.
Geraldo também destacou a importância de tratar dessa temática em uma feira da agricultura familiar:
“Trazer esse assunto é muito oportuno justamente porque é uma feira da agricultura familiar. Então, o agricultor certamente tem o domínio e a vivência desse tema”.
Durante a oficina, foram apresentadas experiências tendo as PANC aliadas à gastronomia, para a revaloração e uso das plantas tradicionais. O chef de cozinha Alicio Charoth destacou a importância que as PANC possuem para a culinária baiana:
“Essas plantas, além de serem elementos que fazem parte do nosso bioma, dão uma perspectiva criativa muito grande. Estou muito lisonjeado em ter participado de um evento que abordou esse tema”.
A utilização das PANC faz parte do Plano de Segurança Alimentar e Nutricional, uma estratégia do projeto Bahia Produtiva, que vem promovendo capacitações com técnicos para aumentar a diversidade alimentar dos agricultores por meio de consumo de alimentos da biodiversidade. O Bahia Produtiva é executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), empresa pública vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), financiado pelo Banco Mundial. A ação é realizada em parceria com a VP-Centro de Nutrição Funcional.
