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Médico baiano lidera pesquisa que comprova a eficácia do própolis no tratamento de doença renal crônica

Popularmente conhecido pela função anti-inflamatória, o própolis ganhou outra atribuição em relação à sua eficácia: um estudo, realizado no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, constatou que a substância é uma aliada no tratamento de pessoas que têm doença renal crônica (DRC). Segundo o nefrologista do Hospital São Rafael e um dos pesquisadores-líderes envolvidos, Marcelo Silveira, 32 pessoas foram analisadas por 12 meses, até se obter o resultado.

“Metade dos indivíduos ingeriu 500mg/dia de extrato de própolis verde, na forma de comprimidos, e os demais tomaram pílulas de placebo. Ao longo do tempo, no primeiro grupo, foi possível detectar que houve uma redução da proteinúria (perda excessiva de proteínas na urina), que é um marcador de inflamação renal. Já no segundo, não houve mudança no quadro clínico. Portanto, foi possível afirmar que a substância tem potencial protetor, atuando como auxiliar no tratamento da patologia, o que pode evitar a progressão da doença”, reforça Marcelo Silveira.

No Hospital São Rafael, a substância em questão também está sendo utilizada e avaliada cientificamente em um grupo de pacientes de hemodiálise. “A expectativa é que o efeito clínico seja positivo. Dados preliminares de um novo estudo, realizado no HSR em pacientes em hemodiálise, comprovaram a segurança da medicação e também apontam para uma redução da inflamação sanguínea”, afirma o médico, explicando que, atualmente, o própolis é comercializado comumente em farmácias na forma de extratos aquoso e alcoólico. Já em cápsula é possível encontrar em alguns estabelecimentos de produtos naturais ou na internet, mas, o seu consumo para esta finalidade tem que ser indicado e orientado por um nefrologista.

Doença Renal Crônica

No Brasil, estima-se que mais de seis milhões de pessoas são acometidas pela doença renal crônica, sendo que quase 150 mil encontram-se em hemodiálise. A doença, que afeta diretamente o funcionamento dos rins e, consequentemente, o processo de filtragem do sangue no organismo, tem como causas principais o diabetes e o descontrole da hipertensão arterial.

Não existe uma fórmula para evitar as doenças renais, mas é possível controlar ou evitar os fatores de risco. “É fundamental controlar a pressão arterial através de uma dieta saudável, com baixo teor de sal, e rica em frutas, verduras e legumes; manter estáveis os níveis de glicose no sangue; evitar o fumo e a ingestão em excesso de bebidas alcoólicas; manter o peso saudável, fugindo do sedentarismo; realizar exames de sangue a cada seis meses; e ter acompanhamento com um nefrologista, principalmente se a família tiver histórico de doenças nos rins”, conclui Marcelo Silveira.

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