Indústrias podem mudar completamente com a chegada de novas tecnologias. Esse foi o caso da televisão, quando surgiu o computador, e dos celulares, quando surgiu o smartphone. E o Pix, sistema de transferências bancárias do Banco Central, promete virar o setor de maquininhas de pagamento pelo avesso. Isso porque, segundo especialistas, ele pode eliminar o intermediário entre quem paga e quem recebe
Com isso, as empresas de pagamento precisam trazer ainda mais recursos e serviços aos comerciantes para continuarem relevantes, como softwares de administração de estoque e contas, por exemplo.
De acordo com o especialista Edson Santos, “empresas ganharão pelo serviço prestado, e não mais por transação”, como é o mais comum no caso das maquininhas. Ele acredita que companhias mais antenadas, como a Stone, têm mais chances de sucesso nessa nova fase. A Stone adquiriu a empresa de tecnologia Linux, em 2020. Companhias que resistirem a essas mudanças podem acabar deixando de existir.
Mesmo com essa chegada abrupta do Pix, ainda não se tem visto muitas mudanças, exceto em pequenos negócios físicos e no varejo online. Por exemplo, além de grandes lojas virtuais, existem opções de entretenimento como sites de apostas que aceitam pix, permitindo que usuários se divirtam enquanto aproveitam da praticidade desse sistema de transferências. Além de pagar em moeda brasileira, apostadores acessando o apostasesportivas24.com ainda ganham bônus de boas-vindas, apostas grátis e alguns benefícios, como reembolso e apostas com seguro.
Mudanças no varejo
Uma pesquisa recente do Instituto Propague mostra que a Cielo permanece líder do mercado das maquininhas no Brasil, seguida pela Rede, do Itaú Unibanco. Em terceiro lugar está a Getnet, do Santander, seguida pela Stone, Vero e PagSeguro.
“O Pix ainda não pegou o suficiente (no varejo). E todo mundo espera que o outro faça antes”, diz Edson Santos. Por exemplo, uma das poucas mudanças feitas até agora é a funcionalidade do Pix na maquininha, que permite a lojistas gerarem um QR Code para clientes fazerem a transferência, uma “tentativa de manter a maquininha vida”, explica o especialista.
Um dos problemas com esse sistema de transferências é a necessidade do cliente mostrar o comprovante ou enviar via WhatsApp para o lojista, o que atrapalha na fluidez e contribui para golpes e fraudes. Pensando nisso, algumas startups já estão trabalhando para melhorar essa experiência através da utilização de um software que permite a aceitação do meio de pagamento pelo caixa diretamente, com uma confirmação instantânea de que a transferência foi feita.
Algumas empresas também oferecem a opção de Pix parcelado, uma alternativa para oferecer crédito ao cliente sem a necessidade de cartão. A modalidade vem ganhando tração e já alcançou o volume de transações em boleto, o que melhora a situação de varejistas online, já que muitas vezes clientes efetuavam a compra mas não faziam o pagamento do boleto.
Com as mudanças das regras do mercado, algumas empresas já estão atentas e vêm tomando iniciativas para se manter atualizadas. Esse é o caso da Rede, credenciadora do Itaú Unibanco, que vem se debruçando na criação de novas funcionalidades, algumas relacionadas ao sistema de transferências criado pelo Banco Central. De acordo com o diretor da companhia, Angelo Russomano, a Rede tem olhado bastante para o auxílio à digitalização dos varejistas, incluindo a automação da frente do caixa.
“Essa é a maior demanda dos varejistas. Se o Pix for melhor para os estabelecimentos, a gente tem de investir”, afirma Russomano.
Alta de juros ajuda a reduzir danos
Mesmo com essa dificuldade causada pelas novas tecnologias, as empresas estão com um tempo extra por conta do aumento dos juros neste ano, com a Selic próxima dos 14% ao ano. Assim, elas reduziram as taxas cobradas de prestadores de serviço e comerciantes e viram uma recuperação nas margens – pelo menos até as taxas de juros começarem a diminuir.
