Início Polícia

Filho de Bernadete Pacífico diz que líder foi morta enquanto estava com seus netos

Foto: Reprodução

Na noite desta quinta (17), Bernadete Pacífico, de 72 anos, liderança quilombola baiana e coordenadora da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq), foi assassinada a tiros dentro da associação do Quilombo Pitanga dos Palmares.

Segundo detalhes da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP), dois suspeitos, usando capacete, entraram no imóvel onde estava a líder na cidade de Simões Filho e efetuaram 12 disparos na região do rosto da vítima.

O órgão compartilha que as polícias Militar, Civil e Técnica, após estarem cientes do fato, iniciaram de imediato as diligências e a perícia no local para identificar os autores do crime. No entanto, até o momento ninguém foi preso.

Mãe Bernadete, é ex-secretária de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da cidade de Simões Filho, durante a gestão do prefeito, Eduardo Alencar (PSD), entre 2009 e 2016. Além de ser líder da comunidade quilombola da região.

Jerônimo Rodrigues, governador da Bahia, informou que recebeu ‘com pesar e indignação’ a notícia da morte de Mãe Bernadete, a quem chamou de ‘amiga e grande liderança quilombola da Bahia’. O gestor ainda afirmou que determinou o deslocamento imediato das foras de segurança para o local afim de ajudar nas investigações.

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, analisa que ataques como esses contra terreiros e lideranças religiosas não é pontual, por está atrelado ao racismo religioso, se mostrando mais uma faceta da conformação racista enraizada no país.

De acordo com a Conaq, Bernadete atuava na linha de frente para solucionar a morte do seu filho, Flávio Gabriel Pacífico dos Santos, mas conhecido como ‘Binho Quilombo’. Ele era líder da comunidade Pitanga dos Palmares e foi assassinado em 2017.

“Atuava na linha de frente para solucionar o assassinato do seu filho e enfrentou todas as adversidades que uma mãe preta pode enfrentar na busca por justiça e na defesa da memória e dignidade do seu filho”, diz o órgão.

Filho pede justiça

O filho da liderança quilombola, pediu justiça após o assassinato da mãe. Em entrevista para TV Bahia, Wellington Santos, falou sobre o assassinato da mãe e do irmão ‘Binho do Quilombo’, ocorrido há 6 anos atrás.

“Minha família está sendo perseguida. Em 2017, meu irmão foi assassinado da mesma forma e ontem minha mãe foi executada enquanto estava com seus três netos. Queria saber o que a gente fez para esse povo”, questiona.

Wellington ainda detalha que após os suspeitos afastarem os netos e uma quarta criança, que estavam com ela no imóvel, efetuaram os disparos. Ele diz ver relação entre as mortes do irmão e mãe. No entanto, a SSP não confirma essa relação.

Compartilhe agora: