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Suspeitos de matarem líder quilombola usaram armas de uso restrito, aponta Polícia Civil

Foto: Reprodução

A delegada Andréa Ribeiro, diretora do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), relatou durante uma entrevista coletiva, nesta sexta-feira (18), que os assassinos de Bernadete Pacífico usaram armas de uso restrito às forças de segurança.

“A Perícia localizou vários vestígios de calibre 9mm. Por essa ser uma arma de uso restrito, ela é suada por indivíduo de índole mais violenta, que tem coragem para cometer o crime, o que requer uma atenção maior”, explica a delegada.

Apesar dessa restrição, o novo decreto do governo federal, publicado em julho, garante a posse e a possibilidade de utilização dos acervos adquiridos sobre a regra anterior, desde que atendidos aos critérios da concessão do registro.

Ainda segundo a delegada, ainda não há uma linha de investigação definida. A relação com a morte do filho de Bernadete, ocorrida há sete anos, também por disparos de armas de fogo, está sendo umas das hipóteses.

Bernadete era constantemente ameaçada

A líder quilombola sofria ameaças, que foram comunicadas ao governo da Bahia, por meio da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos da Bahia (SJDH), além do Supremo Tribunal Federal, quando ela falou a presidente do STF, Rose Weber, sobre a violência contra quilombolas, no final de julho deste ano.

O advogado da família, David Mendez, explica que a SJDH havia colocado a vítima em um programa de proteção, que era feito pela Polícia Militar (PM), através de uma ‘ronda simbólica’ no local onde ela morava.

“Ela entrou no programa há dois anos, Bernadete recebia ameaças de várias frentes, que foram intensificadas quando madeireiros ilegais passaram a ameaçá-la. Ela sempre deixou claro os riscos que corria”, detalhou David.

O advogado relata que, dias antes de morrer, Bernadete havia falado que as ameaças feita pelos madeireiros haviam se intensificado. A extração de madeira na comunidade onde a líder morava é ilegal, por se tratar de uma área de proteção ambiental. Por isso, os madeireiros eram denunciados pela coordenadora.

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