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Paciente é amarrado e arrastado em clínica de reabilitação; veja o vídeo

A Polícia Civil do Distrito Federal investiga um vídeo que mostra um paciente de uma clínica de reabilitação em Planaltina sendo amarrado e arrastado. O caso ocorreu na última semana e a gravação foi publicada nesta quarta-feira (24), nas redes sociais.


O episódio ocorreu na Comunidade Terapêutica Filho Pródigo, que abriga dependentes químicos em recuperação. Segundo o presidente da entidade, Wardelar Francisco Muniz, o homem que parece amarrado com uma corda estava em “surto psicótico e agressivo” e foi “contido”.

No entanto, a Secretaria de Justiça (Sejus) informou que o local “não é considerado uma comunidade terapêutica para tratamento de álcool e outras drogas”. A pasta também rechaçou as agressões.

Investigação
Nas imagens, o rapaz aparece sendo puxado em meio ao barro. Uma das pessoas que o arrastava perguntou: “Tá bravo, aí?”. Já o jovem que estava sendo levado pediu: “No chiqueiro, não”.

O caso foi registrado na 31ª Delegacia de Polícia. O delegado Fabrício Borges afirmou que teve conhecimento do vídeo no último final de semana. Conforme o investigador, vão ser realizadas diligências para “verificar as circunstâncias dos fatos e delinear uma linha de investigação”.

“A priori, é cedo para emitir qualquer juízo de valor que possa levar a uma convicção jurídica correspondente à realidade dos fatos.”
‘É normal’, diz responsável

Segundo o presidente da entidade, as pessoas que aparecem na gravação segurando o homem também são pacientes do local. “Ele não estava sendo agredido, estava sendo contido. Vamos mudar o procedimento.”

Wardelar Francisco Muniz afirma que o Corpo de Bombeiros foi chamado e levou o paciente para o Hospital Regional de Planaltina (HRPL). Após receber o atendimento médico, ele voltou para a clínica de reabilitação.

Questionado pela reportagem sobre o episódio, disse que “isso é normal em casas de recuperação, devido ao excesso de bebidas e drogas”.

Local não é conveniado ao GDF
No entanto, segundo o governo do DF, a comunidade “não é cadastrada nos órgãos do GDF por não ter atendimento ou acolhimento conforme se espera de uma comunidade terapêutica”.

Em nota, a Secretaria de Justiça do DF disse ainda que não recomenda o tipo de método utilizado no local para pacientes com transtornos mentais.

“A recomendação é a contenção do paciente que apresenta transtorno mental, desde que prescrita por médico, registrada em prontuário e quando for o meio mais adequado para prevenir dano imediato ou iminente ao próprio paciente ou a terceiro, o que não se vislumbra no presente caso.”

O GDF também repudiou o episódio e disse que a situação deve ser investigada. “Esse tipo de agressão é rechaçado pelo GDF, bem como merece ser investigado na seara criminal para que seja uma resposta ao trabalho sério e legal que é desenvolvido pela política de drogas que o GDF adere.”

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