Dois homens foram condenados a mais de 20 anos de prisão pelo homicídio do motorista por aplicativo Hiago Evangelista Freitas, ocorrido em novembro de 2019. O crime chocante, que envolveu esfaqueamento e queima do corpo da vítima ainda viva, aconteceu entre as cidades de Vitória da Conquista e Barra do Choça, no sudoeste da Bahia. Os condenados cumprirão a pena em regime inicialmente fechado, e a decisão ainda cabe recurso.
O júri popular foi realizado na terça-feira (9), em Vitória da Conquista, sob a presidência da juíza Janine Soares de Matos Ferraz, com a decisão divulgada nesta quarta-feira (10) pelo Ministério Público Estadual (MP-BA).
Rodrigo Porto Oliveira Filho foi condenado a 26 anos e 2 meses de reclusão, 1 ano e 2 meses de detenção e 46 dias-multa por homicídio qualificado consumado, furto qualificado, ocultação de cadáver, adulteração de sinal identificador de veículo e posse irregular de munição de uso permitido. Alexandre Cruz de Brito recebeu uma pena de 22 anos e 8 meses de reclusão, além de 24 dias-multa, por homicídio qualificado consumado, furto qualificado e ocultação de cadáver.
Detalhes do Crime
Segundo a denúncia do MP, Hiago Evangelista Freitas, de 24 anos, estudante de odontologia, aceitou uma corrida solicitada pelos condenados. Após uma emboscada, ele foi esfaqueado e teve seu corpo queimado ainda vivo, entre Vitória da Conquista e Barra do Choça. Rodrigo adulterou a placa do carro de Hiago, que foi posteriormente abandonado. O crime foi descrito como cometido com requintes de crueldade, a mando de um detento do conjunto penal de Vitória da Conquista, que acreditava que a vítima tinha um relacionamento extraconjugal com sua companheira. O mandante ainda não foi identificado.
Hiago desapareceu na noite de 6 de novembro de 2019, após deixar a namorada em casa para realizar corridas. Seu corpo foi encontrado carbonizado em 8 de novembro, na estrada que liga o bairro de São Sebastião a Barra do Choça. Informações da delegacia local indicam que o carro de Hiago tinha um adesivo da empresa de aplicativo, que foi retirado e colado em seu corpo com uma pedra em cima.
Rodrigo e Alexandre foram presos em 11 de novembro e confessaram o crime ao delegado Fabiano Aurich. Eles afirmaram ter assaltado Hiago com um revólver falso e premeditado o homicídio. A dupla relatou que, após imobilizar a vítima, levaram-na para a estrada e a mataram por medo de serem denunciados.
Na casa de Rodrigo, a polícia apreendeu diversos pertences da vítima, incluindo documentos, cartões de banco, a chave do carro e o celular de Hiago. O veículo foi abandonado pelos suspeitos no bairro Alto Maron, em Vitória da Conquista.
