Na próxima quinta-feira (20), o presidente da China, Xi Jinping, será recebido em Brasília pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para aprofundar a parceria bilateral entre Brasil e China. O encontro, marcado para ocorrer no Palácio da Alvorada, inclui a assinatura de diversos acordos estratégicos, com foco em áreas como infraestrutura, ciência e tecnologia, e expansão comercial.
“A ocasião servirá para consolidar a elevação da parceria bilateral, aproveitando sinergias entre as políticas de desenvolvimento e investimento de ambos os países e ampliando a coordenação em tópicos regionais e multilaterais”, destacou Eduardo Paes Saboia, secretário de Ásia e Pacífico do Ministério das Relações Exteriores, em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (13).
Brasil e China mantêm uma parceria estratégica desde 1993 e, em 2012, estabeleceram uma parceria estratégica global, fortalecida ao longo das décadas em foros internacionais e no âmbito de cooperação multilateral. A visita de Xi Jinping também celebra os 50 anos das relações diplomáticas entre os dois países, além de dar continuidade ao encontro entre os líderes realizado na China em abril deste ano.
Parceria Comercial e Projetos de Infraestrutura
A China é o maior parceiro comercial do Brasil e uma das principais fontes de investimentos no país. Em 2023, o comércio entre os dois países registrou um recorde, com exportações brasileiras para a China alcançando US$ 104,3 bilhões, valor superior à soma das exportações para os Estados Unidos e a União Europeia.
“A visita de Xi Jinping reafirma o esforço do Brasil em expandir e diversificar as exportações para a China, com foco em produtos de maior valor agregado. Há um interesse comum em atrair investimentos chineses em infraestrutura e na expansão da capacidade produtiva industrial brasileira,” ressaltou Saboia.
Estão em andamento negociações para novos protocolos que permitam a exportação de produtos agrícolas brasileiros para o mercado chinês, além de projetos de infraestrutura em áreas como a indústria automotiva, eletroeletrônica, e a produção de maquinários. No Brasil, 93 projetos industriais de origem chinesa estão em operação, com destaque para investimentos nas áreas mencionadas.
Acordos em Ciência e Tecnologia
Além do comércio, a agenda entre Brasil e China incluirá acordos na área de ciência e tecnologia. Em discussão estão colaborações em energia limpa, nanotecnologia, inteligência artificial, tecnologia da informação e comunicação, além da mecanização da agricultura familiar e tecnologias fotovoltaicas.
A área financeira também receberá atenção especial, com iniciativas previstas entre o BNDES, o Ministério da Fazenda e a B3, a bolsa de valores brasileira, para fomentar um ambiente de maior integração econômica.
Impacto da Política Externa dos EUA
Quando questionado sobre os possíveis impactos da política externa dos Estados Unidos, particularmente em relação ao governo Trump e seu posicionamento em relação à China, Saboia afirmou que o Brasil deve manter a política de diversificação das relações internacionais. “A relação Brasil-China é duradoura e já atravessou diversos cenários políticos e econômicos”, reforçou Saboia.
O Brasil, segundo ele, mantém relações sólidas tanto com os Estados Unidos quanto com a China, adotando uma postura diplomática baseada no diálogo e no desenvolvimento econômico. “Somos um país que conversa com todas as nações, com foco no desenvolvimento e no comércio, buscando criar riqueza e oportunidades para o povo brasileiro”, concluiu.