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Arquidiocese de Salvador celebrou, o Jubileu de Ouro Sacerdotal de Dom Murilo

Gratidão é a palavra que define o dia 7 de dezembro. Foi nesta mesma data, há 50 anos, que o Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, se tornou sacerdote para sempre pelas mãos do então Arcebispo de Santa Catarina, Dom Afonso Niehues. Para celebrar este Jubileu Sacerdotal, a Arquidiocese de Salvador se reuniu na manhã de hoje (7), na Catedral Basílica, localizada no Terreiro de Jesus, para participar da Missa em Ação de Graças que foi concelebrada pelo Arcebispo Emérito de Salvador, Cardeal Dom Geraldo Majella Agnelo, e por Arcebispos e bispos de Salvador e de outras arquidioceses e dioceses do país.

“É uma graça que Deus me deu desde criança. Senti o chamado, fui para o seminário e fui cada vez me convencendo mais que era para isso que Deus me queria: para ser sacerdote do Coração de Jesus. Depois de 50 anos, volto aqui para agradecer ao Senhor, e fico surpreso, de um lado com as minhas limitações; de outro com a Misericórdia infinita do Senhor e é isso o que eu peço a Ele hoje: que Ele complete e faça melhor aquilo que eu fiz de forma incompleta, ou infeliz”, afirmou o Arcebispo.

FOTO: SARA GOMES

Logo no início da Celebração Eucarística, Dom Murilo pediu aos fiéis presentes – e também para aqueles que acompanhavam a Missa através da Rede Excelsior de Comunicação – para rezar com ele, agradecendo pelo dom recebido. “Sou limitado, mas Deus é infinito em Seu poder e rico em Misericórdia”, disse.

Em seguida, o bispo auxiliar, Dom Estevam do Santos Silva Filho, leu a carta enviada pelo Papa Francisco, que manifestou o desejo de estar presente nesta Missa. “Muito nos alegramos contigo, venerável irmão, porquê recebestes o ofício do sacerdócio e, sentado no comando da Igreja, governas a nave contra as ondas. Demonstramos-te, por esta carta, o sentimento do nosso amor pelo assíduo ministério por ti prazerozamente desempenhado”, diz um trecho da carta.

As leituras da Liturgia da Palavra foram proclamadas por dois sobrinhos de Dom Murilo, que, no dia seguinte à Ordenação Presbiteral, portanto em 8 de dezembro de 1969, receberam a Primeira Eucaristia pelas mãos do neo-sacerdote, na primeira Missa celebrada por ele, na Matriz da paróquia São Luiz Gonzaga, em Brusque, Santa Catarina.

Durante a homilia, Dom Murilo falou sobre a bondade e a misericórdia de Deus manifestada, todos os dias, em sua vida. “Eu sei que Jesus me fará a mesma pergunta que fez a Pedro: ‘tu me amas?’. Ele quer que eu aproveite a oportunidade deste jubileu para fazer uma revisão de minha vida. Lembrando de situações que vivi, de pessoas que conheci, de graças que recebi, só posso repetir como Pedro ‘tu sabes que eu te amo’. E como não amar depois de tantas manifestações que Ele me mostrou? Manifestações de bondade, da misericórdia que Ele tem para comigo”, disse.

FOTO: SARA GOMES

O Arcebispo lembrou, ainda, que nasceu e cresceu em uma família católica, cujos pais o ensinaram o que é fé, o que é amar a Deus e como este amor se manifesta aos outros. “Eu vivi os momentos de família, mãe, pai e nove irmãos, sem imaginar que aquela experiência familiar já era um dom. Quando devo falar de família, não consigo imaginar uma família teórica. Penso logo na minha e trabalho para que outras pessoas possam experimentar aquilo que eu experimentei com a minha. Sem dúvida, foi naquele ambiente que nasceu a minha vocação religiosa e sacerdotal”, afirmou.

A presença de Nossa Senhora também é muito forte na vida e na vocação de Dom Murilo. “Foi também através de meus pais que passei a entender melhor o papel de Nossa Senhora na História da Salvação e na vida dos discípulos de Cristo. Maria é mãe, simplesmente mãe; mãe de Jesus e minha mãe. Foi na família que aprendi a rezar o rosário e com a minha mãe aprendi que a oração do Magnificat é própria para qualquer situação”, completou.

Dom Murilo falou sobre a vida no seminário, onde descobriu com os irmãos a escutar, a ver partir e a se doar. “À medida em que ia caminhando, fui me identificando cada vez mais com o carisma dos padres do Sagrado Coração de Jesus. Fui aprendendo o que impulsionava a vida do meu fundador, um sacerdote francês chamado padre Dehon. O que impulsionava era o desejo de possibilitar que todos experimentassem o amor de Deus, manifestado por Seu Filho, especialmente quando na cruz teve seu lado aberto pela lança do soldado e foi de onde saiu sangue e água. Vejam que coisa maravilhosa: minha Congregação foi fundada em 28 de junho de 1878. Neste dia essa Arquidiocese de Salvador foi consagrada ao Sagrado Coração de Jesus”, recordou.

Após a homilia, os fiéis participaram do Ofertório e toda a coleta da Missa de hoje foi destinada para crianças carentes da periferia de Salvador, especialmente as que são atendidas pela Associação das Missionárias da Fraternidade Cristã (MFRAC).

Antes da bênção final, o padre Hermano de Jesus, pároco da Paróquia Nossa Senhora Mãe da Igreja, leu uma mensagem a Dom Murilo. Padre Hermano é um dos cinco padres ordenados por Dom Murilo no mesmo ano em que ele tomou posse em Salvador, em 2011. “Reverendíssimo pai, Dom Murilo, como é bom estarmos aqui reunidos para elevarmos a nossa Ação de Graças a Deus pela sua vocação presbiteral. De fato, a grandeza do amor de Deus está no fato Dele nos escolher para sermos ministros da Igreja do Seu Filho Jesus. Esse amor é que nos sustenta ao longo da nossa caminhada presbiteral. E posso dizer com toda a certeza que o senhor vem experimentando esse amor ao longo desses seus 50 anos de ministério sacerdotal”, disse.

Como parte da homenagem, crianças atendidas pelos projetos do MFRAC levaram flores para Dom Murilo, que abraçou a cada uma. “Deus é bom, Deus é amor. Também peço uma bênção para todos aqueles que me ajudaram: meus familiares, amigos, pessoas que rezam por mim. Que o Senhor os recompense porque também elas mostram que Deus é amor e já estão tocadas pela graça de Deus”, afirmou Dom Murilo.

Texto: Sara Gomes

Fotos: Sara Gomes / Emilly Lima

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