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Policiais são acusados de invadirem casa e matarem pedreiro a tiros em Salvador

Foto: Reprodução

Na tarde de terça-feira (11), na localidade do Boiadeiro, subúrbio de Salvador, Joeilton de Jesus, um pedreiro, foi morto após a sua casa ser invadida por policiais militares. A Polícia Militar afirma que ele morreu em um confronto após não resistir à troca de tiros. No entanto, a família de Joeilton contesta essa versão, afirmando que ele não tinha envolvimento com atividades criminosas e não possuía arma.

De acordo com a mãe de Joeilton, que preferiu não se identificar, seu filho era trabalhador e nunca se envolveu em crimes. “Só sei que meu filho estava dentro de casa, é trabalhador e deu um duro danado para fazer a casa dele. Ele estava com um orgulho danado de ter feito o cantinho para morar, por não pagar mais aluguel”, relatou.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), Joeilton teria trocado tiros com equipes da Companhia de Patrulhamento Tático Móvel (Patamo). A corporação afirmou que, na ação, foram apreendidos um fuzil calibre 5,56, uma pistola calibre 380, carregadores, munições e câmeras de monitoramento. “Os fatos todos serão apurados. Toda vez que há uma intervenção policial, os fatos são apurados pela Corregedoria da PM”, disse o capitão Luiz Armando Limoeiro, da 14ª CIPM.

Entretanto, a família de Joeilton apresenta uma narrativa diferente. Segundo uma prima, que também preferiu não se identificar, ele estava preparando o almoço quando os policiais chegaram e o executaram. Ela afirmou que os policiais plantaram as armas na casa após a morte de Joeilton. O irmão de Joeilton relatou que a casa não apresentava sinais de troca de tiros e que Joeilton não sabia manusear armas. “Inclusive vizinhos contaram que ele ficou com os policiais por dez minutos e o tempo todo implorou pela vida dele”, contou.

O irmão ainda relatou que um dos policiais o coagiu durante a abordagem. “Um dos policiais tentou me coagir falando: ‘É o que, preto? O que você quer? O que está me olhando?'”. Quando ele pediu informações sobre seu irmão, foi informado que Joeilton estava morto e que ele deveria ir ao Instituto Médico Legal (IML) para identificá-lo. “Meu pai disse que ele foi atingido nas costas, o que dá a entender que ele foi pego de surpresa”, completou o irmão.

Na noite de terça-feira, um ônibus elétrico foi incendiado na Avenida Afrânio Peixoto, popularmente conhecida como “Suburbana”. A Polícia Militar acredita que o ataque foi uma represália à ação que resultou na morte de Joeilton. Os familiares, no entanto, afirmam não ter nenhuma ligação com o incidente e ficaram surpresos ao saber do incêndio.

Por causa do ataque, o policiamento foi reforçado na região nesta quarta-feira (12). Testemunhas relataram que homens armados obrigaram o motorista e os passageiros a descerem do ônibus antes de incendiá-lo. As chamas foram controladas pelo Corpo de Bombeiros, e ninguém ficou ferido.

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