Pelo menos três mulheres denunciaram um motorista de aplicativo em Salvador, acusando-o de cancelar corridas, exibir uma arma e anunciar sequestros. Durante o incidente, as vítimas eram coagidas a realizar transferências PIX para o agressor. A Polícia Civil está investigando esses casos.
Uma das vítimas relatou: “Ele esperou o carro ganhar velocidade e anunciou o sequestro. Pediu que eu me movesse para o banco do passageiro, exibiu uma arma e exigiu que eu realizasse transferências para ele.” Ela optou por não revelar sua identidade.
Conforme o relato da mulher, o agressor também a forçou a mostrar os aplicativos bancários em seu celular e fornecer suas senhas. “Ele me obrigou a compartilhar todas as informações, e todas as minhas ações foram monitoradas por ele”, disse.
A vítima informou que as ameaças persistiram por aproximadamente 40 minutos, durante os quais ela fez transferências para diversas contas.
“Fiz cinco transferências, se não me engano. Durante todo o percurso ele me ameaçava de morte, quando eu ficava mais nervosa e errava o número do PIX”, disse a mulher.
A mulher não conseguiu determinar o valor total que transferiu enquanto estava sob a ameaça da arma do motorista. No entanto, acredita que seu prejuízo tenha chegado perto de R$ 10 mil.
A Uber, em comunicado, afirmou estar pronta para colaborar com as investigações e informou que a conta do motorista envolvido foi temporariamente desativada assim que a empresa teve conhecimento da denúncia. Questionada sobre por que o suspeito não foi banido após a primeira denúncia de uma vítima em janeiro deste ano, a empresa não forneceu uma resposta.
“Minha cabeça está extremamente perturbada e traumatizada. Vai ficar uma marca para sempre, não só financeira, mas psicológica. Estou com medo de sair na rua, de carros parecidos”, desabafou.
O incidente foi registrado na 16ª Delegacia Territorial (DT), localizada no bairro da Pituba. Uma das vítimas relatou: “Conversei com algumas vítimas, e todas me disseram a mesma história. Ele afirmou a todas que tinha acabado de sair da prisão e que precisava do dinheiro para sobreviver.”
“Todas as vítimas foram deixadas no mesmo local, na BR-324, em um local deserto”, acrescentou.
As vítimas relataram que os três incidentes ocorreram em outubro e que já entraram em contato com a Uber. No entanto, o perfil do motorista, que possui uma boa avaliação, ainda permanece ativo na plataforma.
