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Capitão do Vitória, Zeca é citado em suposto esquema de apostas nos Estados Unidos

Zeca em treino do Vitória (Victor Ferreira/EC Vitória)

O esquema de manipulação de jogos investigado pelo Ministério Público de Goiás pode não ter acontecido apenas no Brasil. A Operação Penalidade Máxima II mostra conversas entre Bruno Lopez, chefe da organização, e dois jogadores que atuavam na MLS, a liga dos Estados Unidos. Entre eles, o lateral Zeca, que hoje atua no Vitória. Além dele, a troca de mensagens envolve o meia Max Alves, ex-Flamengo.

O contato com Zeca aconteceu quando ele estava no Houston Dynamo. O jogador foi indicado por Max, do Colorado Rapids, para participar do esquema, de acordo com relatos de Bruno Lopez de 8 de outubro. “Estou esperando o Max me dar a resposta, ele falou que tem um lá da MLS de odds 4.33”, diz, em mensagem de áudio. “O da MLS é o Zeca, que era do Santos, tá ligado? Do Houston. Tá 4.33”, completa.

A conversa foi divulgada pelo jornal O Globo. Na mesma tarde, Bruno Lopez compartilha uma troca de mensagens com o lateral, em que oferece R$ 70 mil para ele tomar um cartão amarelo no último jogo da temporada. Zeca responde que não irá atuar na partida, e López pede então uma indicação de um companheiro de elenco para participar do esquema. “Vou ver e te falo já”, afirma o defensor.

Zeca será titular e capitão do Vitória no jogo contra o Ceará, nesta quarta-feira (10). A partida está marcada para às 19h, no estádio Presidente Vargas, em Fortaleza, pela 4ª rodada da Série B.

Max Alves
A troca de mensagens divulgada pelo jornal O Globo ainda mostra a confirmação de que o pagamento de R$ 45 mil foi feito a Max Alves para levar um cartão amarelo em um jogo ocorrido em setembro de 2022. O chefe da organização comunica aos outros envolvidos no esquema que confirmou a negociação com o atleta.

 “Acabei de fechar esse Max, da MLS rapaziada, ele vem mesclando titular e banco. Mais joga todo todo jogo. Garantiu 200% que entra e já toma”, escreveu Bruno, no dia 15 de setembro.

Dois dias depois, aconteceu a partida. O meia recebeu cartão amarelo menos de um minuto depois de entrar em campo. As conversas mostram o momento em que a quadrilha comemora. “Entrou e tomou 30 segundos”, escreve Guilherme Alpino, e os outros integrantes da quadrilha comemoram.

Mensagens dos dias seguintes mostram o nome do jogador como confirmado em uma lista de atletas já pagos, recebendo R$ 45 mil pelo cartão. 

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