A PetroRecôncavo, referência nacional no setor de óleo e gás com mais de 24 anos de atuação, anunciou o investimento de US$ 60 milhões (cerca de R$ 340 milhões) na construção de uma nova Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN) no distrito de Miranga, em Pojuca, Bahia. Este é o maior investimento em uma única instalação industrial da empresa, fortalecendo sua posição no segmento de midstream, que abrange transporte, armazenamento e processamento de óleo e gás.
Expansão da capacidade de processamento
Com capacidade inicial de processamento de 950 mil metros cúbicos (m³) por dia e potencial para alcançar 1,5 milhão de m³/dia, a nova unidade será crucial para tratar o gás natural produzido em ativos que ainda não estão conectados à UTG São Roque, outra instalação da empresa na Bahia. Essa iniciativa representa um marco estratégico na verticalização das operações da PetroRecôncavo, reduzindo custos e aumentando sua competitividade no mercado.
Impacto na economia baiana
Segundo Aline Lobo, coordenadora do Sebrae Energia, a retomada de investimentos no setor onshore (produção terrestre) é essencial para revitalizar a economia baiana. “A produção no estado caiu de mais de 100 mil boe/dia há uma década para cerca de 40 mil atualmente. Contudo, com a atuação de empresas privadas e novos projetos da Petrobras, há sinais claros de recuperação”, destaca. Somente em royalties, os municípios baianos já arrecadaram cerca de R$ 450 milhões em 2024.
Geração de empregos e desenvolvimento local
Além do impacto econômico, a nova planta da PetroRecôncavo deve gerar 400 empregos diretos, contribuindo para a revitalização da cadeia produtiva local. Atualmente, a empresa emprega mais de 1,7 mil pessoas na Bahia e no Rio Grande do Norte.
Miguel Andrade, da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), ressalta a importância do petróleo baiano, conhecido por sua qualidade parafínica e baixo teor de enxofre, tornando-o altamente valorizado no mercado internacional.
Desafios e oportunidades
Embora o setor apresente um cenário promissor, desafios como a burocracia para licenciamentos ambientais ainda atrasam investimentos. Andrade defende maior agilidade por parte das autoridades para atender às demandas do mercado. Ele também sugere a exploração de novas áreas, como as bacias do Jacuípe e do Tucano, ampliando as possibilidades de produção no estado.
Retomada estratégica
Desde que assumiu o polo de Miranga em 2021, a PetroRecôncavo dobrou sua produção no local e renovou concessões por 27 anos. João Vitor Moreira, vice-presidente da empresa, acredita que a transferência de ativos pouco explorados pela Petrobras para a iniciativa privada é essencial para impulsionar o setor. “Com uma estrutura de custos mais enxuta, conseguimos maximizar o potencial desses campos, trazendo benefícios diretos para a economia regional”, afirma.
A nova UPGN é mais um exemplo da força do setor de óleo e gás na Bahia, que, mesmo enfrentando desafios, mostra um potencial significativo de crescimento e geração de valor.