Diego Vinícius Costa Cruz, suspeito de aplicar o golpe do “falso consórcio“, foi preso nesta segunda-feira (18) em Salvador. Ele é acusado de enganar ao menos 35 pessoas e responderá por estelionato, apropriação indébita e associação criminosa.
O golpe
De acordo com a Polícia Civil, Diego vendia cartas de consórcio falsificadas por meio de empresas que mudavam de nome constantemente. Uma das vítimas, um vigilante que economizou por três anos para comprar um carro, relatou ter perdido R$ 26,5 mil no golpe.
“Ele passou o termo, transferências, o extrato, mandou reconhecer firma e tudo mais. Aí o tempo foi passando… Quando consegui entrar em contato, fui informado de que não existia nenhuma carta de crédito no meu nome”, lamentou a vítima, que prefere não ser identificada.
O homem ainda acredita que Diego usou seus dados para abrir consórcios fraudulentos. “Até hoje, não recebi nada. Estou no prejuízo: sem carta de crédito, sem carro, sem dinheiro.”
Histórico do suspeito
Desde 2019, Diego acumula processos por estelionato. Em depoimento à TV Bahia, admitiu os golpes e revelou as estratégias usadas, como alterar nomes, endereços e CNPJs das empresas à medida que novas queixas surgiam.
Entre os nomes usados estão:
- Global Intermediação Veicular (atual);
- Global Car;
- RD Consórcio;
- Rei do Consórcio;
- Libera Crédito;
- Consórcio e Financiamento.
Operação policial
A prisão foi acompanhada do cumprimento de cinco mandados de busca e apreensão nos bairros de Castelo Branco e Brotas. Foram apreendidos um carro, uma moto, uma maquineta de cartão, duas chaves de veículo, um celular, um notebook e documentos ligados ao esquema.
O delegado-adjunto Jackson Oliveira destacou que Diego não agia sozinho. “Havia funcionários e até membros da própria família atuando em conjunto, o que configura associação criminosa.”
Próximos passos
Os itens apreendidos serão submetidos à perícia no Departamento de Polícia Técnica (DPT), enquanto Diego permanece à disposição da Justiça. A investigação continua para identificar outros possíveis envolvidos no esquema e ampliar a responsabilização pelo golpe.