O empresário Marcelo Batista da Silva, de 40 anos, está sendo investigado pelo desaparecimento de Paulo Daniel Pereira Gentil do Nascimento, de 24 anos, e Matusalém Silva Muniz, de 25, ocorridos em Salvador. Proprietário de um ferro-velho no bairro de Pirajá, Marcelo é réu em vários processos que incluem danos materiais, tortura e violência doméstica. Desde o início das investigações, ele está foragido, e a Justiça da Bahia já decretou sua prisão preventiva.
A última vez que Paulo Daniel e Matusalém foram vistos foi no dia 4 de novembro, quando saíram para trabalhar no ferro-velho de Marcelo. Segundo os familiares dos jovens, o empresário os acusava de roubo de um gerador, fato que levanta suspeitas sobre seu envolvimento no desaparecimento. Dias após o sumiço, familiares procuraram a polícia e solicitaram imagens das câmeras de segurança, que podem ser cruciais para a investigação.
Acusações e Antecedentes Criminais
Marcelo Batista possui uma longa ficha criminal. Ele responde a processos por danos materiais em um acidente de trânsito em Jequié (2020), além de lesão corporal e ameaça contra uma ex-mulher (2024). Em 2017, ele foi acusado de torturar e agredir dois funcionários, usando algemas e um barrote para golpeá-los após um furto. Este ano, ele também se tornou réu por duplo homicídio qualificado relacionado ao desaparecimento de Paulo e Matusalém.
Investigação e Buscas
Desde o início do caso, equipes da Polícia Civil e do Corpo de Bombeiros realizaram buscas no ferro-velho e no apartamento de Marcelo, em um condomínio de luxo no bairro de Pituaçu. Além disso, seu carro, que apresentava manchas suspeitas no banco, foi encontrado em Lauro de Freitas e periciado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). O veículo foi avaliado em R$ 750 mil e, segundo informações, foi deixado em uma loja de veículos por outro homem, que solicitou a troca dos bancos.
No decorrer da investigação, pelo menos 15 pessoas já prestaram depoimento, e todas apontaram Marcelo como principal suspeito no desaparecimento dos jovens. A Polícia Civil também está em contato com a Interpol para incluir o empresário na lista de procurados, suspeitando que ele tenha deixado o país.
Esclarecimento do Empresário e Depoimentos
Em entrevista ao programa Bahia Meio Dia, antes de ser considerado suspeito, Marcelo afirmou que teve cinco toneladas de alumínio furtadas e que chegou a recuperar uma pequena parte do material ao seguir um caminhão. Ele alegou que os desaparecidos foram flagrados em outro furto no dia do sumiço e que planejava registrar o flagrante no dia seguinte, mas eles não voltaram ao trabalho.
A mãe de Paulo Daniel, Marineide Pereira, questionou essa versão, afirmando que é improvável que alguém conseguisse furtar um gerador do local de trabalho. “Ninguém consegue sair com um gerador embaixo da blusa ou dentro das calças”, declarou Marineide, acrescentando que as imagens de segurança podem elucidar o caso.
Processo e Justificativa da Prisão
A prisão preventiva de Marcelo Batista foi decretada sob as alegações de “garantia da ordem pública, conveniência da instrução criminal e garantia de aplicação da lei penal.” O caso permanece em investigação, com buscas intensas e análises laboratoriais para verificar se o material encontrado no carro de luxo pertence aos jovens desaparecidos.