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Corpo de Quinho do Salgueiro é velado em quadra da escola de samba

Corpo de Quinho é velado no Salgueiro — Foto: Raoni Alves/g1

O corpo de Melquisedeque Marins Marques, mais conhecido como “Quinho do Salgueiro“, começou a ser velado na quadra da escola de samba, na Tijuca, na Zona Norte do Rio pouco antes das 15h desta quinta-feira (4). O intérprete morreu na quarta-feira (3) aos 66 anos, de insuficiência respiratória.

O caixão do cantor estava coberto com as bandeiras do Salgueiro e da Liesa, a Liga das Escolas de Samba do Rio. Entre as coroas de flores que já estavam no local, uma foi mandada por Neguinho da Beija-Flor, outro dos grandes cantores do carnaval carioca.

“Ele foi um paizão na minha vida. Pagou meu colégio, alimentação, minhas vestes. Foi mais que um pai na minha vida. Foi o melhor amigo que eu tive na minha vida”, disse Wilkee Oliveira Marques, filho de Quinho, no velório.

Vários membros do Salgueiro estiveram no velório e lamentaram a perda do cantor.

“É muita tristeza, muita tristeza. Eu não sei nem como falar. O Quinho era uma alegria enorme, era uma pessoa que irradiava luz aqui nessa quadra. Ele era muito diferenciado, era um salgueirense amado por todos, não tinha um que não gostasse dele. E a gente sente muito, estamos todos tristes, todos com esse sentimento, com esse vazio por não ter mais essa voz. E ele deixou uma história linda e muito marcante no Salgueiro. Infelizmente ele se foi”, disse Viviane Araújo, rainha de muitos desfiles da agremiação.

“Ele me tinha como mãezona e eu chamava ele de meu filhão. A gente tinha uma amizade muito grande, toda vez que eu chegava aqui e ele me via, já me chamava ‘mãezona vem cá. Tira uma foto comigo’. E era assim que a gente vivia. Só Deus calou ele e é muito difícil agora não ter o Quinho no Salgueiro. Difícil porque ele é a voz do Salgueiro. Muitos anos e isso me faz ficar da maneira que eu estou, inconsolável. É uma perda irreparável, mas a gente tem que superar isso e aceitar. Infelizmente”, disse Ieda Maranhão, da velha guarda do Salgueiro.

“[Estou] muito triste por essa notícia que ninguém esperava, mas faz parte da vida. Ele vinha sofrendo muito. (…) desde que a gente assumiu a presidência da escola, a gente sempre valorizou o Quinho, como outros salgueirenses, mas o Quinho é uma referência. O Quinho chegou no Salgueiro na década de 90 e ele contribuiu muito para que a torcida do Salgueiro fosse hoje uma das maiores torcida do carnaval. Ele tem peso fundamental nisso. E a gente vai tá junto com a família dele nesse momento complicado”, disse André Vaz, presidente do Salgueiro.

“A gente tinha feito um contrato com ele até o fim do mandato e agora vamos conversar para que a gente mantenha esse contato pra ajudar eles no dia a dia”, acrescentou.

A agremiação informou que cantores farão uma homenagem entoando sambas que ficaram marcados na voz de Quinho. Além de música, haverá dança. A cerimônia é conhecida popularmente como gurufim.

Na sexta (5), às 9h, haverá um outro velório na capela C do Cemitério da Cacuia, na Ilha do Governador. O sepultamento está marcado para as 13h.

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