Dois policiais militares foram presos na manhã desta sexta-feira (24), acusados de envolvimento no desaparecimento e morte de Paulo Daniel Pereira Gentil do Nascimento e Matusalém Silva Muniz. Os jovens foram vistos pela última vez em 9 de novembro de 2024, entrando em um ferro-velho localizado no bairro de Pirajá, em Salvador. Os nomes dos PMs e as unidades onde estão lotados não foram divulgados.
As prisões fazem parte de uma investigação conduzida pelo Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP). Antes disso, o cabo da Polícia Militar Josué Xavier, lotado na 19ª Companhia Independente (CIPM/Paripe), também havia sido preso, mas foi liberado após o término do prazo da prisão temporária. Atualmente, Josué foi transferido para atividades administrativas.
Segundo informações obtidas com uma fonte da Secretaria de Segurança Pública (SSP), uma operação está em andamento para capturar outros suspeitos. Até o momento, uma terceira pessoa também teve um mandado de prisão cumprido.
Ex-PM sob proteção de facção na Bolívia
Durante as investigações, a Polícia Civil apreendeu o celular da mãe do ex-PM e empresário Marcelo Batista da Silva, apontado como o mandante dos assassinatos. Segundo as autoridades, ela utilizava o aparelho para se comunicar com o filho, que está foragido.
De acordo com fontes policiais, Marcelo está na Bolívia, vivendo em uma fazenda de produção de cocaína sob a proteção do Comando Vermelho. O ex-PM tem mandados de prisão em aberto por homicídio, ocultação de cadáver, participação em grupo de extermínio, atuação em milícia armada e tortura.
A Polícia Civil trabalha para identificar possíveis cúmplices de Marcelo, que está sendo procurado internacionalmente. A Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) foi acionada para garantir sua prisão no exterior. O nome de Marcelo já consta na lista pública de foragidos da instituição, que reúne procurados por crimes em diversos países.