O Ministério Público da Bahia (MP-BA) prendeu 42 policiais entre 2023 e 2024, segundo dados divulgados pelo órgão. Do total, 37 eram policiais militares, quatro pertenciam à Polícia Penal e um era policial civil. As prisões ocorreram durante 18 operações realizadas para cumprir mandados contra os agentes.
No período analisado, 16 policiais foram detidos em 2023, enquanto 26 foram presos no ano anterior. O aumento nas prisões pode estar relacionado a três fatores, segundo Horácio Nelson Hastenreiter, professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e especialista em segurança pública: maior envolvimento de policiais em crimes, aprimoramento dos processos correcionais e maior facilidade para identificar delitos.
O coronel reformado Antônio Jorge Melo, especialista em segurança pública, explica que os policiais envolvidos em crimes geralmente se dividem em dois grupos: aqueles cooptados por organizações criminosas e os que extrapolam os limites da legalidade no combate ao crime. “As organizações criminosas buscam proteger-se e obter informações privilegiadas, fazendo da polícia um alvo preferencial para cooptação”, analisa Melo.
Principais operações
Entre os crimes que motivaram as prisões estão corrupção, participação em organização criminosa, alteração de cenas de crime e forjamento de autos de resistência. Algumas das principais operações realizadas pelo MP-BA foram:
- Operação Tápis (abril de 2023): Três policiais militares foram presos sob acusação de integrar um grupo de extermínio e forjar execuções de suspeitos de tráfico.
- Operação Falta Grave (setembro de 2023): Quatro policiais penais foram detidos por supostamente praticar extorsão, associação criminosa e corrupção, ao liberarem presos fora do horário autorizado.
- Operações simultâneas (dezembro de 2023): Três policiais militares foram capturados sob suspeita de invasão de domicílios, execução de pessoas rendidas e alteração de cenas de crimes.