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Apesar da chuva, Jerônimo participa de todo desfile do Gandhy no Campo Grande

Apesar da chuva, Jerônimo participa de todo desfile do Gandhy no Campo Grande - Foto: Almir Santana / Salvador Notícia

Depois de acompanhar as saídas dos blocos Ilê Aiyê e Olodum, entidades tradicionais do Carnaval de Salvador, o Governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, desfilou neste domingo no tradicional Afoxé Filhos de Gandhy.

Apesar da chuva que caiu na passarela Nelson Maleiro, o gestor estadual cumpriu todo trajeto, vestido de Gandhy com um cocar indígena na cabeça.

“Agora, sim, tô pronto pra fazer parte do tapete branco dos Filhos de Gandhy! Bora?”, disse Jerônimo mais cedo, quando se preparava para desfilar no afoxé.

Histórico do Afoxé

Filhos de Gandhy é um afoxé brasileiro fundado por estivadores portuários de Salvador no dia 18 de fevereiro de 1949. Contando com aproximadamente 10 mil integrantes, tornou-se o maior afoxé do Carnaval de Salvador, município e capital do estado da Bahia. Constituído exclusivamente por homens e inspirado nos princípios de não-violência e paz do ativista indiano Mahatma Gandhi, o bloco traz a tradição da religião de matriz africana ritmada pelo agogô nos seus cânticos de ijexá na língua iorubá. Utilizaram lençóis e toalhas brancos como fantasia, para simbolizar as vestes indianas.

Tradicionalmente a “fantasia” contém, além do turbante e das vestimentas, um perfume de alfazema e colares azul e branco. Os colares já são conhecidos tradicionalmente por “colar dos filhos de Gandhy”, que são oferecidos para os admiradores como forma de desejar-lhes paz durante o carnaval e ao longo do ano. As cores dos colares são um referencial de paz e o afoxé enfoca Oxalá, que é o orixá maior. O branco e o azul intercalados é o fio-de-contas do Oxalá menino, o Oxaguiã, que correspondem: o branco a Oxalufã seu pai e o azul a Ogum de quem é inseparável; as contas são amuletos da sorte. E cada um usa de acordo com a indumentária, da maneira que se achar elegante, não existe quantidade fixa de contas para cada colar, nem quantos colares se deve usar.

Dentre as regras do bloco, determinou-se que as mulheres apenas poderiam participar assistindo aos desfiles e na confecção das indumentárias e roupas dos filhos de Gandhy, além de levar comida e bebidas aos participantes do desfile durante o cortejo.

O uso de bebida alcoólica também é proibido, por ir de encontro aos ideais de paz que inspiraram a criação do bloco.

Os colares tradicionais dos Filhos de Gandhy, feitos com miçangas brancas e azuis de Gandhy, também são parte de uma tradição peculiar: durante o Carnaval, são oferecidos em troca de beijos na boca.

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