A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal aprovou, nesta terça-feira (8), um empréstimo de US$ 150 milhões (aproximadamente R$ 800 milhões) da Corporação Andina de Fomento (CAF) destinado à construção da ponte que ligará Salvador à Ilha de Itaparica. Além disso, foi aprovado outro empréstimo, também de US$ 150 milhões, proveniente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que será utilizado na construção de Unidades Básicas de Saúde (UBS), Centros de Atenção Psicossocial, Centros Especializados em Reabilitação e um laboratório.
A construção da ponte já está em andamento, com o canteiro de apoio à sondagem em operação na Avenida Engenheiro Oscar Pontes, região da Calçada, em Salvador. No local, mais de 20 módulos abrigam laboratórios de análise, armazenamento de equipamentos, refeitório e escritórios, onde 50 profissionais trabalham. Esses laboratórios, equipados com tecnologia de ponta trazida da China, são responsáveis por realizar testes em amostras de solo e rochas coletadas do fundo da Baía de Todos-os-Santos.
A sondagem está sendo feita em 102 pontos onde serão erguidos os pilares da ponte. A análise das amostras, como a granulometria do solo e a resistência das rochas, é crucial para definir a fundação da estrutura. Segundo Claudio Villas Boas, CEO da Concessionária Ponte Salvador-Itaparica, a proximidade dos laboratórios com o local de coleta facilita e agiliza o processo de sondagem.
Até o momento, 17 empresas baianas foram contratadas para essa fase do projeto, gerando 300 empregos diretos e indiretos. O investimento total na sondagem é de R$ 160 milhões.
Incentivos fiscais para o projeto
O projeto da ponte Salvador-Itaparica também foi beneficiado com a inclusão no Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento de Infraestrutura (Reidi), que desonera a concessionária de pagar PIS/Pasep e Cofins. Esse benefício é concedido a projetos de infraestrutura considerados estratégicos para o país. No caso da ponte, a expectativa é que ela melhore o tráfego entre a Região Metropolitana de Salvador, o Recôncavo e o Baixo Sul, além de se conectar a rodovias importantes, como a BR-101, BR-116 e BR-242.
Embora isenta desses impostos, a concessionária continuará responsável pelo pagamento de outras obrigações fiscais. A participação no Reidi será encerrada assim que a construção da ponte for concluída.
