A Polícia Federal (PF) desencadeou na manhã desta quinta-feira (9), a Operação Roots, uma ofensiva contra o tráfico internacional de entorpecentes. A ação resultou no cumprimento de dois mandados de prisão, nove de busca e apreensão, além do sequestro de bens e ativos financeiros. As operações ocorreram em três estados brasileiros: Conceição de Coité (BA), Navegantes (SC) e Buri (SP).
A investigação começou em dezembro de 2022, após a apreensão de 70,3 kg de DMT (dimetiltriptamina), 198,18 g de mescalina e 358,92 g de cannabis (maconha) na cidade de São Miguel, no Chile. Na ocasião, o responsável pelo recebimento da carga ilegal foi preso.
Os suspeitos integram um mesmo grupo familiar e, além do Chile, também enviaram drogas para outros países, incluindo Bulgária, Canadá e Argentina.
Segundo os investigadores, a quadrilha declarou que exportava extrato de “mimosa acácia”, no entanto, a substância apreendida era, na verdade, de mimosa hostilis, planta conhecida no Brasil como Jurema Preta, rica em DMT. A fraude visava burlar os controles de fiscalização chilenos, onde a mimosa hostilis é uma planta controlada.
A Jurema Preta é uma planta comum no semiárido brasileiro, sendo amplamente utilizada em rituais religiosos que envolvem a ingestão de substâncias psicodélicas, como o ayahuasca e o vinho de Jurema, práticas conhecidas entre povos indígenas da América do Sul.
