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PF realiza operação contra ex-diretores da Americanas e investiga fraudes de R$ 25 bilhões

Foto: Flávya Pereira/Money Times

A Polícia Federal (PF) realizou na manhã desta quinta-feira (27) uma operação cumprindo mandados de busca e apreensão contra ex-diretores e pessoas ligadas à Americanas. Entre os alvos está o ex-CEO da empresa, Miguel Gutierrez. As fraudes sob investigação são estimadas em R$ 25 bilhões.

Além de Gutierrez, também são alvos da PF Anna Christina Soteto, Anna Saicali, Carlos Eduardo Padilha, Fabien Picavet, Fabio Abrate, Jean Pierre Ferreira, João Guerra Duarte Neto, José Timotheo de Barros, Luiz Augusto Henriques, Marcio Cruz Meirelles, Maria Chirstina Do Nascimento, Murilo dos Santos Correa e Raoni Lapagesse Franco.

A operação de hoje é fundamentada nas delações premiadas de Marcelo Nunes, ex-diretor financeiro da empresa, e Flávia Carneiro, responsável pela Controladoria da B2W. Conforme as investigações, as ações dos ex-funcionários visavam alcançar metas financeiras internas e fomentar bonificações, além de manipular o mercado de ações de forma ilícita.

Os investigados são acusados de manipulação de mercado, uso de informação privilegiada e associação criminosa. Os mandados foram autorizados pela 10ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, onde um prédio da empresa também é alvo de busca e apreensão.

Em 2023, a Americanas revelou um rombo em suas contas, com inconsistências contábeis de mais de R$ 20 bilhões, que posteriormente foram identificadas como fraudes contábeis cometidas por ex-funcionários. A empresa entrou em recuperação judicial, com dívidas declaradas de R$ 42,5 bilhões, e apontou que foi vítima de uma “fraude sofisticada e muito bem arquitetada”.

Em junho, a Americanas confirmou fraudes nos balanços, com um relatório que indicou que as demonstrações financeiras da varejista vinham sendo manipuladas pela diretoria anterior, inflando os resultados em R$ 25,3 bilhões. A antiga diretoria foi afastada após o escândalo, exceto o ex-CEO Miguel Gutierrez, que se aposentou no final de 2022.

A atuação dos três principais acionistas da Americanas, Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles, também foi investigada. No entanto, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigava a Americanas encerrou suas atividades em setembro sem apontar culpados.

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