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Maduro descarta encontro com Lula, Petro e Obrador para discutir crise na Venezuela

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro — Foto: Federico Parra/AFP

O ministro do Interior da Venezuela e um dos principais nomes do governo chavista, Diosdado Cabello, afirmou que o presidente Nicolás Maduro não tem planos de participar de uma reunião com os líderes do Brasil, Colômbia e México para tratar da crise pós-eleitoral no país. A declaração contradiz o ministro das Relações Exteriores da Colômbia, Luis Gilberto Murillo, que havia sugerido uma possível reunião virtual entre Maduro, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, e o colombiano Gustavo Petro.

A suposta reunião teria como objetivo avançar nas negociações entre o regime venezuelano e a oposição, em meio às alegações de fraude nas eleições de 28 de julho, nas quais Maduro foi proclamado vencedor com 52% dos votos. A oposição, no entanto, denuncia que o processo foi manipulado. “Esse homem (Murillo) acha que pode vir e enfiar o nariz na Venezuela”, criticou Cabello, acusando o chanceler colombiano de agir sob influência dos Estados Unidos.

O clima de tensão aumentou após a Justiça venezuelana emitir um mandado de prisão contra Edmundo González Urrutia, principal adversário de Maduro no pleito de julho, que atualmente encontra-se na clandestinidade. Tanto Lula quanto Petro expressaram preocupação com a medida.

Embora o governo brasileiro não tenha reconhecido a reeleição de Maduro, Lula também não declarou apoio explícito à oposição. Ele condicionou o reconhecimento dos resultados à divulgação das atas de votação pelo regime chavista.

Em tom provocativo, Cabello afirmou durante seu programa de televisão que sabia a localização de González Urrutia e que o entregaria ao ministro do Interior e Justiça. A oposição, liderada por figuras como María Corina Machado, insiste que González deve ser reconhecido internacionalmente como o presidente eleito da Venezuela.

O cenário diplomático se complica ainda mais com a posição vacilante de países como o Peru, que inicialmente reconheceu González como presidente eleito, mas recuou na declaração, alegando a falta de uma comunicação oficial que confirmasse tal posicionamento.

A situação política da Venezuela permanece delicada, com a comunidade internacional dividida entre críticas ao regime de Maduro e cautela em apoiar diretamente a oposição.

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