Um homem de identidade não revelada foi queimado vivo pela população de Jutaí, a 750 quilômetros de Manaus, na quinta-feira (18), após confessar o estupro e assassinato de uma criança de 1 ano e sete meses. A população, revoltada com o crime, invadiu o 56º Distrito Integrado de Polícia (DIP), de onde retirou o suspeito, jogou gasolina sobre ele e ateou fogo em via pública, sob aplausos de testemunhas. Mesmo enquanto o corpo era queimado, o homem continuou sendo espancado por diversas pessoas. A polícia não conseguiu conter a multidão.
O homem havia sido preso horas antes após confessar que estuprou e matou Layla Vitória, de 1 ano e sete meses, e jogou seu corpo nas águas. A mãe da criança havia registrado o desaparecimento da filha na delegacia na quinta-feira, relatando que a menina sumiu enquanto dormia em um flutuante no porto de Jutaí. A partir daí, a polícia iniciou investigações, analisando câmeras de segurança e colhendo depoimentos, o que levou à identificação do suspeito. Ao saber que estava sendo investigado, o homem se entregou espontaneamente e confessou os crimes.
Durante o interrogatório, uma multidão revoltada cercou e invadiu a delegacia. Apesar dos esforços da Polícia Civil, Polícia Militar e Guarda Civil Municipal (GCM), os populares conseguiram retirar o suspeito do local e o mataram em via pública. Há informações de que também tentaram matar a delegada Mariane Menezes, responsável pelo caso.
Na manhã desta sexta-feira (19), tropas da Polícia Civil e da Polícia Militar foram enviadas ao município para controlar a situação. O corpo do suspeito permanece na via pública, e ainda não há informações sobre a localização do corpo da criança.
Em nota, o delegado geral da Polícia Civil, Bruno Fraga, afirmou que as Forças de Segurança já iniciaram as investigações para identificar os responsáveis pelo linchamento. Uma equipe da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core-AM) foi enviada a Jutaí para reforçar a segurança, e peritos foram deslocados por ordem do secretário de Segurança Pública, coronel Vinícius Almeida, para auxiliar nas investigações.
