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Entrevista: Independência do BC, Pix e Open Banking; presidente do Banco Central tira dúvidas de internautas ao vivo

Presidente do Banco Central Roberto Campos Neto - Foto: reprodução

Roberto Campos Neto participou de live inédita com Nathalia Arcuri, da Me Poupe!, e desmistificou todos os assuntos do momento

Na quarta-feira a noite (04/11), Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, participou de uma live no YouTubecom a especialista em finanças Nathalia Arcuri, da Me Poupe!, maior canal de entretenimento financeiro do mundo, para tirar dúvidas sobre os principais assuntos do momento, como: independência do Banco Central, Pix, o futuro do papel moeda no Brasil e Open Banking. Confira abaixo os destaques dessa conversa:

Independência do Banco Central

No dia 03/11, o Senado aprovou um projeto que concede autonomia ao Banco Central. Segundo Campos Neto, isso significa desvincular o ciclo de política monetária do ciclo político do país. Ou seja, na prática, os mandatos do Banco Central seriam não coincidentes com mandatos de presidentes da República. Essa mudança visa trazer maior credibilidade ao sistema, uma vez que o Banco Central poderia se blindar de pressões político-partidárias associadas aos mandatos.

O projeto agora será encaminhado à Câmara e, se aprovado, à sanção presidencial. 

Pix: é bom demais para ser verdade?

  • Pegadinha do Pix

A principal dúvida sobre o Pix é “se é de graça, por que os bancos estão divulgando tanto? Será que eu não sei de algo que eles sabem?”. Para Campos Neto, não há pegadinha no Pix, uma vez que para pessoas físicas e MEIs essa forma de pagamento será gratuita. O único valor cobrado será para quem for pessoa jurídica. Entretanto, essa divulgação massiva dos bancos está atrelada a uma estratégia de fidelização. Hoje, cada pessoa pode cadastrar apenas 5 chaves do Pix. Os bancos estão se esforçando para atrair público para cadastrar suas chaves na instituição como uma forma de garantir potenciais clientes para outros produtos financeiros. Seguindo um racional de mercado, quantos mais clientes assegurados, maior a chance do banco conseguir fazer contatos e até vendas de produtos ou serviços  para esses correntistas.

  • Segurança

Na entrevista, Campos Neto também falou sobre a segurança do Pix, que terá início oficial no dia 16/11. Como é um formato de pagamento que depende de contas bancárias, isso torna toda a operação rastreável. Grande benefício para quem está com medo de assaltos ou sequestros. Já para as pessoas que estão com medo de fazer uma transferência errada, antes de qualquer envio será possível verificar as informações antes de confirmar o envio.

  • CPMF

Para as pessoas que estão preocupadas com tributos, o presidente do Banco Central deixou claro que não há nenhuma relação, em absoluto, entre a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) e o Pix.

  • Por que lançar o Pix agora?

O Pix surgiu como uma forma de responder a demandas atuais do público, que estava pedindo um meio de pagamento rápido, barato, transparente, seguro e aberto. Entretanto, a antecipação do seu lançamento aconteceu por duas questões: dinamicidade do mundo da tecnologia e também como uma solução de corresponder às consequências da pandemia. Como comentado por Campos Neto: “nós enxergamos que a saída da pandemia seria por meio de uma grande aceleração de tecnologia. E está sendo! As pessoas estão fazendo mais coisas remotas, mais coisas de casa, mais pagamentos e mais compras online”.

  • Democratização dos meios pagamentos 

Na entrevista, Roberto comentou também que usar o Pix será tão fácil quanto fazer uma ligação do celular. E essa facilitação da forma de pagamento poderá ser uma oportunidade de democratizar o acesso e também gerar mais inclusão de pessoas neste novo mundo de transações financeiras digitais.

Papel Moeda: é o fim? 

De acordo com Roberto Campos Neto, ainda é muito cedo para falar sobre este assunto. Entretanto, ele observa que em algum momento o país entrará em um processo para ter uma moeda digital. Além disso, ele acredita que antes de chegarmos neste ponto, precisaríamos de uma moeda que seja mais internacionalizada, simples e digitalizada, e o Pix e o Open Banking são pontos que apoiam nesta construção e até aceleração de discussões. Vale notar que hoje no Banco Central existe um grupo de trabalho que pensa nessa questão de moeda digital.

Open Banking: nova corrida do ouro

Um dos maiores ativos da nossa época são dados, uma vez que com essas informações é possível ter um conhecimento aprofundado que influencia diretamente em preços, opções de crédito, hábitos de consumo e a economia como um todo. E os bancos já perceberam isso. Deste modo, a discussão sobre open banking se torna extremamente essencial, porque, atualmente, os bancos são detentores de todas as informações financeiras das pessoas. Com o projeto,  cada indivíduo pode selecionar quais informações quer compartilhar com cada instituição, dando mais poder para as pessoas e pequenos empreendedores. 

Entrevista completa:

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