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Dona Dazinha, juíza perpétua da Irmandade da Boa Morte, morre aos 108 anos

Juíza perpétua da Irmandade da Boa Morte morre aos 108 anos — Foto: Divulgação/Irmandade da Boa Morte

A Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte anunciou com pesar, na terça-feira (1º), o falecimento de sua juíza perpétua, Maria das Dores da Conceição, mais conhecida como Dona Dazinha, aos 108 anos. Dona Dazinha ocupava o mais alto cargo da secular irmandade, composta exclusivamente por mulheres negras e que mantém viva a ancestralidade afrocatólica.

Em nota divulgada nas redes sociais, a Irmandade destacou o legado de Dona Dazinha:
“É com profundo pesar que noticiamos o falecimento de nossa irmã Juíza Perpétua, Maria das Dores da Conceição, mais conhecida como Dona Dazinha, aos 108 anos de idade e muitas décadas de amor e dedicação a Maria.”

O corpo de Dona Dazinha foi sepultado na cidade de Muritiba, no Recôncavo Baiano, onde ela residia. Antes dela, o cargo de juíza perpétua foi ocupado por Dona Estelita Souza Santana, que faleceu em 2012, aos 105 anos.

A Irmandade da Boa Morte

A Irmandade da Boa Morte é um símbolo de resistência e preservação da cultura afro-brasileira. Criada por mulheres negras, muitas delas ex-escravizadas, a irmandade teve papel fundamental na luta pela alforria de outros negros escravizados. Sua origem remonta ao início do século XIX, em Salvador, com atividades retomadas em 1840 na cidade de Cachoeira.

Além de manter viva a devoção católica, a irmandade preserva os cultos aos orixás das religiões de matriz africana, em uma fusão única de fé e ancestralidade. A Festa de Nossa Senhora da Boa Morte, celebrada anualmente em Cachoeira, é reconhecida como patrimônio imaterial da Bahia desde 2010.

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