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Chuva preta afeta cinco Estados no Brasil devido a queimadas

A área desmatada na Amazônia brasileira alcançou 877km2 em outubro - Foto: MAURO PIMENTEL / AFP

Cinco estados do Centro-Sul do Brasil, incluindo São Paulo, Paraná, Santa Catarina, e partes de Mato Grosso do Sul e Rio de Janeiro, serão atingidos por uma “chuva preta” causada pela combinação de uma frente fria com a fumaça das queimadas que afetam o país. No Rio Grande do Sul, onde o fenômeno já foi observado, moradores relataram que a água da chuva caiu com uma coloração escura.

Esse fenômeno ocorre devido à queima de matéria orgânica, como árvores e plantas, que libera na atmosfera gases como dióxido de carbono e fuligem. A pesquisadora Karla Longo, especialista em monitoramento de fumaça, explica que a fuligem é formada por pequenas partículas resultantes da combustão, que permanecem suspensas no ar. Quando essas partículas se misturam às nuvens de chuva, a água que cai carrega resíduos da fumaça, ganhando uma coloração mais escura.

“A fuligem, por ser muito leve, permanece na atmosfera por um longo período, e quando a chuva ocorre, essa matéria em suspensão se mistura com as gotas de água, provocando a coloração preta”, detalha Karla. As partículas suspensas são restos do material queimado, e a quantidade de fumaça acumulada aumenta a intensidade do fenômeno.

Embora a chuva preta tenha uma aparência incomum, especialistas afirmam que ela não apresenta grandes riscos à saúde no contato com a pele. Segundo Gilberto Collares, professor de Engenharia Hídrica da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), o principal fator que provoca a cor escura da chuva é a queima de matéria orgânica, que apresenta um menor grau de toxicidade comparado a outros tipos de poluição.

Resumo do Fenômeno

  • Estados Afetados: São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
  • Causa: Queimadas que liberam fuligem e gases poluentes, que se misturam à formação de nuvens.
  • Efeito na Chuva: Coloração preta da água devido à fuligem suspensa na atmosfera.
  • Risco à Saúde: Baixo risco no contato externo, segundo especialistas.
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