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Bahia registra casos de violência política neste pleito

Jovem de 23 anos morreu após briga por causa de divergência política na Bahia e Candidata à prefeitura de Itapitanga, Dra. Joanice teve carro alvejado — Fotos: Reprodução/Redes sociais

O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), foi alvo de um ataque inusitado na última sexta-feira (4), na cidade de Jeremoabo, no norte do estado. Durante uma visita oficial, o governador foi atingido por um ovo, o que reflete o clima de tensão que ronda as eleições municipais de 2024. No mês passado, uma candidata à prefeita foi alvo de tiros em um episódio violento na região sul do estado.

Esses incidentes são parte de um preocupante aumento da violência política na Bahia, que registrou ao menos 14 casos relacionados ao processo eleitoral, de acordo com o levantamento “Violência Política e Eleitoral no Brasil”, elaborado pelas organizações Justiça Global e Terra de Direitos. A pesquisa, divulgada na quinta-feira (3), revelou que a Bahia está entre os três estados com o maior número de ocorrências, somando 25 casos de violência política desde 2022, atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro.

Crescente violência política na Bahia

De acordo com o levantamento, entre novembro de 2022 e agosto de 2024, foram registrados 25 casos na Bahia, incluindo três assassinatos, cinco atentados e oito ameaças contra políticos, candidatos e outros envolvidos no processo eleitoral. Esses números fazem parte de um quadro mais amplo de violência política no Brasil, que totalizou 145 incidentes em 2024. Segundo a coordenadora de incidência política da Terra de Direitos, Gisele Barbieri, “anos eleitorais tendem a ver um acirramento dessa violência”.

Em um episódio recente, na cidade de Cachoeira, o candidato à prefeitura Tato Pereira (PSD) foi vítima de uma tentativa de homicídio durante um compromisso de campanha. Outros ataques têm como alvo eleitores, como ocorreu em Juazeiro e Prado, com feridos em brigas por divergências políticas.

A pesquisa também aponta que a violência política afeta de maneira desproporcional as mulheres, destacando a necessidade de respostas institucionais mais eficazes, tanto no aspecto punitivo quanto no educativo, para combater essa escalada de violência.

Contexto de instabilidade

A Bahia, ao lado de estados como São Paulo e Minas Gerais, é um dos cenários mais críticos dessa crise de violência política que marca o pleito de 2024.

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