Manter um veículo exige mais do que abastecer e cuidar da manutenção. Os proprietários precisam lidar com uma série de obrigações anuais que impactam diretamente o orçamento familiar, como o pagamento de impostos obrigatórios. IPVA e licenciamento, por exemplo, são compromissos financeiros que, se não forem previstos com antecedência, podem pesar no bolso, especialmente nos primeiros meses do ano.
Em tempos de economia instável e despesas acumuladas, o planejamento financeiro se tornou ainda mais necessário. Entender como funcionam os impostos veiculares e como estimar esses gastos com antecedência é um passo importante para manter as finanças em ordem e evitar surpresas desagradáveis.
IPVA: o principal imposto automotivo
O Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) é cobrado anualmente pelos estados e o valor é calculado com base no valor venal do veículo, geralmente determinado pela Tabela Fipe. A alíquota varia de acordo com o estado e o tipo de veículo. Em São Paulo, por exemplo, carros de passeio pagam 4%; já no Espírito Santo, a alíquota é de 2%.
A melhor maneira de prever o valor do IPVA é verificar a estimativa com base no valor atual de mercado do veículo e multiplicar pela alíquota correspondente ao seu estado. Com essa informação em mãos, o proprietário pode começar a reservar mensalmente um valor proporcional para fazer o pagamento no início do ano seguinte.
Licenciamento e seguro obrigatório
Além do IPVA, há outras taxas obrigatórias, como o licenciamento anual. Embora o valor do licenciamento seja mais baixo que o IPVA, ele também deve ser incluído no planejamento. Em 2025, por exemplo, o valor médio do licenciamento gira em torno de R$ 160, dependendo do estado.
O não pagamento impede a emissão do CRLV (Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo) e pode acarretar em multas e apreensão do automóvel. Por isso, já vale se planejar para o licenciamento de 2026.
Até 2020, os motoristas também pagavam o seguro DPVAT, mas ele foi suspenso temporariamente nos anos seguintes. No entanto, qualquer alteração nesse cenário poderá exigir nova previsão de gastos a partir de futuras decisões do Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP). Por isso, é importante acompanhar as atualizações nos canais oficiais de trânsito e finanças.
Como organizar os gastos no orçamento?
A recomendação é clara: transformar esses gastos anuais em parcelas mensais. Para isso, basta estimar o valor total dos tributos do veículo e dividir esse montante em 12 partes. Criar uma reserva mensal, preferencialmente em uma conta separada, ajuda a garantir que o valor esteja disponível quando chegar a hora de pagar os boletos.
Outra dica útil é aproveitar os descontos oferecidos pelos estados para pagamento antecipado do IPVA à vista. Quem se antecipa consegue aproveitar essas condições e ainda evita o acúmulo de parcelas ou a necessidade de recorrer ao cartão de crédito – opção que geralmente envolve juros adicionais.
Também vale considerar que famílias com mais de um veículo devem fazer um planejamento conjunto. Criar uma planilha com os dados de cada automóvel, incluindo estimativas de impostos, datas de vencimento e opções de parcelamento, pode facilitar o controle e evitar que o pagamento de um tributo interfira no de outro.
Previsibilidade como aliada da organização
Organizar as despesas com impostos veiculares fica mais simples com planejamento e informação. A previsibilidade desses tributos permite que o motorista antecipe os valores e distribua os custos ao longo do ano, evitando desequilíbrios no orçamento familiar.
Com uma rotina de organização financeira, é possível garantir o pagamento em dia, manter o veículo regularizado e evitar penalidades. Assim, o automóvel deixa de ser uma fonte de preocupação e se mantém como um aliado seguro da mobilidade da família, sem comprometer o equilíbrio das contas domésticas