A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (19) a operação “Contragolpe”, que desmantelou uma organização criminosa acusada de planejar um golpe de Estado após as eleições de 2022. Entre os suspeitos estão quatro militares do Exército, ligados às forças especiais conhecidas como “kíds pretos”, e um policial federal.
Segundo as investigações, o grupo planejava atentados contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
O Policial Federal Wladimir Matos Soares é natural da Bahia e trabalhou na sede da Polícia Federal em Salvador, atualmente estava lotado em outra unidade. No ano de 2012 ele fez um curso de Motopatrulhamento Tático, realizado pela Polícia Militar da Bahia, Processo SEI 030.9754.2020.0040854-21, regido pelo Edital n.º DE-009/06/12, publicado na Separata ao BGO n.º 113, de 15 de Junho de 2012.
De acordo com uma fonte que trabalhou com Wladimir no passado, ele apresentava um comportamento estranho, agressivo e de grande intolerância política, sempre se posicionando como bolsonarista.
Presos na operação “Contragolpe”
- General de Brigada (reserva): Mario Fernandes
- Tenente-coronel: Hélio Ferreira Lima
- Major: Rodrigo Bezerra de Azevedo
- Major: Rafael Martins de Oliveira
- Policial Federal da Bahia: Wladimir Matos Soares (também chegou a atuar em Mato Grosso)
Um dos militares presos ocupou o cargo de secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência em 2022 e atualmente é assessor do deputado Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde.
Buscas e prisões
As ações da PF ocorreram em Goiânia e no Rio de Janeiro. Em Goiânia, o major Rodrigo Bezerra foi preso em um estabelecimento militar, e o capitão Lucas Guerellus foi alvo de buscas. Já no Rio, foram detidos Mario Fernandes, Hélio Ferreira Lima e Rafael Martins de Oliveira.
As prisões foram autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, no âmbito do inquérito que investiga os atos antidemocráticos e a tentativa de golpe.
Evidências recuperadas
Parte das evidências analisadas pela PF foi extraída de aparelhos eletrônicos dos investigados, incluindo dados recuperados do coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro.
Posicionamento do Exército
Em nota, o Exército Brasileiro informou que está acompanhando as investigações e prestando apoio aos militares envolvidos e suas famílias.
Desdobramentos
A operação “Contragolpe” faz parte de um inquérito que investiga os atos antidemocráticos relacionados às eleições de 2022, culminando nos ataques de 8 de janeiro de 2023. A expectativa é que o inquérito seja concluído ainda este ano.
A Polícia Federal continua analisando o material apreendido, enquanto o país aguarda os desdobramentos dessa investigação que expõe mais um capítulo de ameaças à democracia brasileira.