O candidato à prefeitura de Salvador pelo Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU), Victor Marinho, foi entrevistado na manhã desta segunda-feira (19) durante a sabatina da Central de Eleições da Rede Bahia. Durante a entrevista, Marinho destacou que, se eleito, ele e sua equipe receberão um salário equivalente ao de um professor da rede municipal e anunciou a criação de um órgão vinculado à prefeitura para gerir as imagens captadas pelas câmeras corporais dos guardas municipais.
Victor Marinho foi o sexto candidato a participar da rodada de entrevistas, cuja ordem foi definida por sorteio. As sabatinas ocorrem entre os dias 12 e 20 de agosto, das 9h30 às 11h, com transmissão ao vivo pelo g1 Bahia, iBahia e nas plataformas digitais da Bahia FM. Os jornalistas Fernando Sodake (TV Bahia), Jade Coelho (g1 Bahia), Iamany Oliveira (iBahia) e Emmerson José (Bahia FM) foram os responsáveis por conduzir as perguntas.
O candidato criticou os altos salários de vereadores, prefeito, vice-prefeito e secretários, propondo que esses cargos recebam o mesmo valor pago aos professores municipais. Marinho planeja submeter um Projeto de Lei à Câmara Municipal para reduzir os salários e acredita que a opinião pública pressionaria os vereadores a aprovar a proposta. Ele também afirmou que parte do salário de sua equipe seria doada para movimentos sociais, como uma forma de dar o exemplo.
Na área de segurança, Marinho defendeu o uso de câmeras corporais pela Guarda Municipal, mas criticou a forma como as imagens são atualmente geridas. Ele propõe a criação de um órgão municipal que seja responsável pelo controle e armazenamento das gravações, garantindo a confiabilidade dos registros e o cumprimento da Lei de Acesso à Informação. Marinho também pretende desmilitarizar a Guarda Civil Municipal, sugerindo que ela seja coordenada por comitês comunitários, focando em ações preventivas, como a defesa de equipamentos públicos e o combate ao feminicídio.
Em relação à saúde, Marinho se posicionou contra a terceirização e defendeu um sistema 100% público, argumentando que a existência de uma rede privada reflete a divisão de classes. Ele propôs trazer de volta para a administração da prefeitura todos os equipamentos de saúde atualmente geridos por empresas privadas, e aumentar a tributação sobre grandes redes de saúde privadas, retirando suas isenções fiscais para que contribuam financeiramente com a sociedade. Marinho também defende a contratação de mais equipes de saúde e a expropriação de unidades de saúde.
No final da entrevista, Marinho respondeu a perguntas rápidas sobre temas polêmicos. Ele se posicionou contra a redução da maioridade penal para 16 anos, o foro privilegiado para políticos, a concessão ou privatização de empresas públicas, e a presença de militares em cargos executivos. Em contrapartida, declarou-se a favor do uso de câmeras no fardamento da Polícia Militar, das cotas nas universidades públicas, da legalização da maconha, da adoção de crianças por casais homoafetivos, e foi contrário à prisão de mulheres que realizam aborto.