A segurança pública vem atuando transversalmente, em constante contato com variadas áreas, enfatizando uma atuação proativa, dialógica e multisetorial, sempre atenta às demandas do coletivo, de modo que possa garantir e contribuir para o desenvolvimento socioeconômico e o bem-estar social.
No setor turístico, em especial, existem vários fatores a serem analisados, considerando-se a função protetiva do Estado às pessoas que vivem, trabalham e visitam destinos e locais turísticos, para garantir que haja a segurança necessária a todos os atores que coabitam nestes espaços.
As políticas públicas de segurança pública adotadas pelo Estado voltadas para locais turísticos se alongam no tempo cerca de 40 anos, sendo iniciadas, de forma empírica, no Centro Histórico de Salvador/BA.
A partir daí, foram desencadeadas diversas ações voltadas para o atendimento ao turista, em 1993 com a criação do 18° Batalhão de Polícia Militar, que tem como área de responsabilidade territorial o Centro Histórico de Salvador e áreas adjacentes, e alinhado a isso, a Polícia Civil da Bahia criou a Delegacia de Proteção ao Turista, em 1995, com sede no Pelourinho, expandindo-se para outras regiões como as Delegacias de Proteção ao Turista de Porto Seguro, Lençóis, dentre outras.
Todavia, a forma desconexa de como a doutrina de gestão em segurança turística foi executada pela segurança pública do Estado, aliado a pouca quantidade de produção literária sobre segurança turística, foram fatores preponderantes para que houvesse uma descontinuidade de sua implantação, que foi arrefecida, em 2012, com a criação e implantação do Curso de Policiamento Turístico resultado de uma monografia intitulada “O Papel da PM na Segurança e Proteção do Turista no
Centro Histórico de Salvador; em 2013, na elaboração de protocolos de segurança em pontos turísticos para Comitê Estadual de Segurança em Grandes Eventos – COESGE, e culminando com a criação e implantação do Batalhão Especializado em Policiamento Turístico –BEPTUR, em 2014/2015.
E no âmbito municipal, com a criação da Guarda Civil Municipal de Salvador, foi instituída a Unidade denominada Grupo de Apoio ao Turista – GAT.
Paralelamente, o momento propicia um leve crescimento da produção literária e acadêmica do tema de Gestão de segurança turística, destacando, como exemplo, o Manual de Policiamento Turístico, volume 1 — Introdução ao Policiamento Turístico: Princípios e Características, e Volume 2 – Gestão de Pessoas, Capacitação e Planejamento Operacional em Policiamento Turístico. Em ambos considerados trabalhos inéditos e pioneiros no Brasil pela Câmara Brasileira do Livro, a proposta é a efetivação de uma doutrina de gestão voltada para a segurança turística no escopo da segurança pública, nos níveis municipal, estadual e federal.
A segurança turística possui a finalidade de dotar todo e qualquer profissional de segurança pública com as especificidades do trato com a população, seja aqueles que vivem, trabalham ou visitam destinos e locais turísticos, entendendo que existem princípios e características próprias do exercício desta atividade, alinhados fundamentalmente com
os princípios que norteiam a aproximação do profissional de segurança pública com a sociedade local e com aqueles que visitam os destinos sempre com o objetivo de potencializar o desenvolvimento socioeconômico dos que vivem e trabalham na região e desta em si, propiciando uma real sensação de segurança a todos.
