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Prêmio em língua portuguesa leva aluno de Salvador à Europa

“Foi uma conquista muito grande para mim, por ser uma pessoa que mora em um bairro periférico e que não teria condições financeiras de viajar, estudar fora do país e fazer um intercâmbio”, relatou Luís Fernando Silva Santos, de 13 anos. Estudante da Escola Municipal Teodoro Sampaio, em Santa Cruz, ele foi um dos selecionados para o projeto “Era uma vez… Brasil”, que proporciona aos jovens alunos de instituições de ensino fundamental de todo o país a chance de participar de uma mobilidade cultural em Portugal.

 

Para concorrer, Luís, que é aluno do 8º ano, confeccionou uma história em quadrinhos de acordo com as exigências do regulamento: reportar o período histórico da colonização brasileira pelos portugueses. A narrativa que o garoto construiu – baseada no tráfico de pessoas escravizadas para o Rio de Janeiro – fez com que, além de selecionado para ir ao país europeu no próximo mês, ele participasse de uma vivência de sete dias com outros estudantes em uma cidade da Região Metropolitana de Salvador.

 

“Eu me incentivei. Antigamente eu não tinha coragem, achava até que minha mãe não ia deixar ir. Foi após da primeira fase que a minha expectativa aumentou, depois veio o resultado e eu me animei ainda mais”, contou. O passaporte, segundo ele, já está em mãos e a cada dia vem se interessando mais pela língua portuguesa.

 

Referência – A Escola Municipal Teodoro Sampaio tem uma nota 5,5 no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) – acima da média estipulada na última avaliação – e costuma revelar destaques em premiações todos os anos. Um outro exemplo disso é o da aluna Tainá Oliveira Rocha, estudante do 9º ano que foi selecionada para a semifinal da 6ª edição da Olimpíada de Língua Portuguesa, que será realizada em São Paulo.

 

Autora de uma crônica, o primeiro passo na Olimpíada foi dado em sala de aula, com o apoio de uma educadora da instituição. “A professora Nordélia começou a trabalhar na sala de aula com crônicas e aplicou uma prova para que a gente fizesse o texto. Fui escolhida para a próxima fase e agora estou na expectativa. Pelo que soube vai ter uma oficina antes”, confessou. Essa será a primeira vez que ela viaja para outra cidade.

 

Conforme a diretora da instituição, Maria de Lurdes Torres, ou pró Lurdinha para a comunidade escolar, o resultado que os alunos têm conseguido lograr é fruto de um trabalho em equipe. “Temos professores altamente comprometidos com a educação, eles são motivados, a cada dia, trazer uma novidade. Nós damos suporte não só com os livros, mas também com cópias de textos e um acompanhamento junto aos alunos, no turno oposto, duas ou quatro vezes por semana. Isso permite que o estudante tome conhecimento de uma variedade de textos para além do livro didático, porque eles precisam levar na bagagem uma formação que o permita avançar”, ressaltou.

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