Em apenas uma semana de movimento político arriscado e sem adesão, o deputado agitador Marcos Prisco viu a casa cair, virou vidraça frágil nas redes sociais e, finalmente, admitiu perder o jogo da aventura de incitar policiais a portar arma e atirar numa furada tentativa de greve que não avançou por recusa quase absoluta da própria tropa. Em áudio que circula nas redes sociais e nos aplicativos de mensagem, o parlamentar-soldado e dublê de “sindicalista” assinou a própria cova: “perdemos a batalha”.
Mas quem conhece Prisco de perto sabe que ele não tem noção de humildade. Ao contrário, mesmo admitindo que não saiu vencedor preferiu secundarizar a conta e colocar a perda da fatura nas costas dos outros, transferindo a responsabilidade e atacando os profissionais de comunicação. “Essa imprensa fede, é nojenta, mentirosa, anti-democrática; recebe dinheiro desse governo”.
E a metralhadora giratória de Prisco mirou também o próprio patrão dele: “este governo é ditador, este governo de trabalhador não tem nada”. Ressentido, Prisco parece criar um mundo imaginário e tenta mais uma vez se vitimizar acusando os superiores de farda de terem “vendido a alma ao diabo contra vocês[PM´s]”. E não faltou munição: “Não participe de campeonato com eles, não participe de confraternização. Se afaste. Faça o que alei determina: uma continência e acabou”, provocou.
Também sobrou ataque para os procuradores do Ministério Público que promoveram as ações acatadas pela Justiça de bloqueio das contas e interdição das sedes da Aspra por desvio de finalidades, incitação à greve ilegal e outras acusações. “É uma vergonha. Vocês estão “plantando” [provas e informações]. Estes promotores não deveriam fazer parte de um órgão tão sério”, vomitou Prisco. E claro que não poderia faltar o palavrão: “Um sistema desse escroto, mentiroso”.
O áudio teve recusa da maioria que teve acesso ao conteúdo. Muitos se manifestaram com palavras duras contra Prisco, colocando-o como responsável pelos ataques que a cidade sofreu no período do movimento paredista e adjetivos impublicáveis. “Oh, o áudio do vaga***** que tava morrendo, tava na UTI. Já saiu, foi? Mas só uma surra de cansanção nesse s*****!”, desabafou uma senhora numa mensagem de um grupo de WhatsApp. Em uma coisa, e na linguagem policial bastante comum, há um consenso: “Perdeu, plaboy!”.
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