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Museu de Arte Sacra da UFBA é fechado por risco de desabamento

Foto: Divulgação

O Museu de Arte Sacra da Universidade Federal da Bahia (UFBA) foi fechado devido a sérios problemas de infraestrutura que ameaçam a segurança do local e seu valioso acervo artístico. A decisão, divulgada pela Reitoria da universidade logo após o aniversário de 65 anos do museu, no último sábado (10), foi considerada imprescindível para evitar uma catástrofe semelhante ao incêndio que devastou o Museu Nacional, vinculado à UFRJ, em 2018.

De acordo com a UFBA, foram identificados problemas graves nas instalações elétricas e no telhado do museu, o que motivou o fechamento temporário. O reitor Paulo Miguez ressaltou que a medida foi aprovada pelo Conselho de Ensino Superior em 30 de julho deste ano. A universidade enfrenta dificuldades financeiras, agravadas por cortes orçamentários que afetam as Instituições de Ensino Superior nos últimos anos, o que impede a realização imediata das obras necessárias para a recuperação do museu.

O Museu de Arte Sacra, reconhecido como patrimônio nacional pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) desde 1938 e declarado Patrimônio da Humanidade pela UNESCO em 1985, abriga a maior coleção de arte sacra barroca da América Latina. Localizado em uma área de 8.000 m², com 5.250 m² de área construída, o museu inclui a Igreja de Santa Teresa D’Ávila, conhecida por seu traçado renascentista e uma vista privilegiada para a Baía de Todos os Santos.

As vistorias realizadas pela Superintendência de Meio Ambiente e Infraestrutura (Sumai) da UFBA e pela Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder) identificaram riscos pontuais de desabamento, fissuras estruturais e problemas na infraestrutura predial. Segundo a superintendente de Meio Ambiente e Infraestrutura da UFBA, Tatiana Dumet, as falhas incluem a rede elétrica, o sistema de combate a incêndios, o ar-condicionado e o cabeamento estruturado.

O custo estimado para a recuperação completa do museu é de R$ 7 milhões, sendo R$ 3 milhões destinados à reforma do telhado e R$ 1,5 milhão para a renovação do sistema elétrico. A universidade informou que o projeto de recuperação contará com o apoio do governo estadual e da prefeitura de Salvador. A Conder já iniciou o levantamento técnico das necessidades de recuperação.

Inaugurado em 1959 pelo primeiro reitor da UFBA, Edgard Santos, o Museu de Arte Sacra ocupa o antigo Convento de Santa Teresa D’Ávila, fundado em 1697 pelos Carmelitas Descalços. O local, que também serviu como Seminário Arquiepiscopal e alojamento para tropas portuguesas durante as lutas pela Independência da Bahia, permaneceu abandonado até a instalação do museu. Em 2017, a parceria entre a UFBA e a Igreja Católica foi renovada por mais 60 anos.

Além da igreja, o museu conta com 16 salões, 12 salas, 10 celas, longos corredores e galerias, duas escadarias de pedra e uma biblioteca com cerca de cinco mil títulos. A UFBA destaca que o museu desempenha um papel crucial na guarda, pesquisa e exposição de arte sacra, além de ser um importante espaço de ensino, produção científica e extensão universitária.

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