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Morre Juca Chaves, em Salvador aos 84 anos

Juca Chaves morreu neste domingo em Salvador Foto: DIVULGAÇÃO

O cantor, músico, compositor e humorista Juca Chaves, 84 anos, nascido em 22 de outubro de 1938, faleceu na madrugada deste domingo em Salvador.

Estava internado no Hospital São Rafael há 15 dias. Carioca, viveu parte do tempo em São Paulo e depois mudou para Itapoã, na “República Independente de Itapoã”, segundo ele.

Casado com Yara, sua mulher desde 1975, adotou duas meninas. Maria Clara e Maria Morena

O Menestrel Maldito, como era conhecido, foi perseguido pela ditadura portuguesa e pela ditadura brasileira.

Foi um dos grandes nomes da bossa nova. Sempre viveu dos seus discos e de seus shows com plateias lotadas.

Quem conheceu, conheceu. Quem não, perdeu a chance de conhecer um grande talento brasileiro.

Mais sobre Juca Chaves

Jurandyr Czaczkes Chaves, mais conhecido como Juca Chaves (Rio de Janeiro, 22 de outubro de 1938 – Salvador, 25 de março de 2023), foi um compositor, músico e humorista brasileiro.

Filho de um judeu austríaco chamado Josef Czaczkes, que aportuguesou seu nome acrescentando o sobrenome Chaves e de Clarita Wainstein, filha de um judeu lituano.

Com formação em música erudita, começou a compor ainda na infância. Iniciou sua carreira no fim da década de 1950, tocando modinhas e trovas num estilo suave.

Nos anos 60, montou um circo nas proximidades da Lagoa Rodrigo de Freitas, do Corte de Cantagalo. Ali apresentou seu show Menestrel Maldito. Conforme o próprio Juca, o nome do circo era uma sigla: S de “snob”, D de “divino Dener”, R de “ralé”, U de “uanderful”, W de “water-closet”, S de “Sdruws mesmo”.

O humorista costumava contar a seguinte história sobre o Sdruws, perto do qual ficava uma favela. Juca convidara para o circo políticos, empresários e também pessoal da alta-sociedade carioca, e antes da primeira apresentação resolveu reunir os líderes da favela para lhes falar com franqueza, indo direto ao assunto: “Vim aqui para saber como vai ficar o negócio do roubo!” – Uma mulher baixinha, morena, (líder da favela), foi logo respondendo com firmeza: “Olha aqui seu Juca, nós entendemos a sua preocupação e lhe agradecemos pela sinceridade, mas pode o senhor ficar tranquilo, porque a nossa comunidade já se garantiu, e pediu proteção à polícia!”.

Juca foi um crítico do Regime Militar, da grande imprensa e do próprio mercado fonográfico. Chegou a ser exilado em Portugal na década de 1970 mas, ao incomodar o regime então ditatorial desse país com suas sátiras que então ganhavam espaço nas rádios e televisão locais, transferiu-se para a Itália.

De volta ao Brasil, apresentou programas de televisão. Na década de 1980, lançou sua gravadora independente, a Sdruws Records. Um de seus bordões mais conhecidos é: “Vá ao meu show e ajude o Juquinha a comprar o seu caviar”, seguido de sua risada característica.

Dentre suas canções mais conhecidas estão “Caixinha, Obrigado”, “A Cúmplice”, “Menina”, “Que Saudade”, “Por Quem Sonha Ana Maria” (interpretada no filme Marido de Mulher Boa de 1960) e “Presidente Bossa Nova”.

Em 2003, outro sucesso de Juca Chaves nos anos 70 – a canção “Take me Back to Piauí” – foi editado na coletânea “Brazilian Beats Volume 4” da gravadora britânica Mr. Bongo, especializada em música popular brasileira.

Juca Chaves tem duas filhas adotadas e reside na Bahia. Também é conhecido por ser um fanático torcedor do São Paulo Futebol Clube.

Em 2006, lançou-se candidato a senador na Bahia pelo PSDC,[8] ficando em 4º lugar, com 19 603 votos (0,35% do total). Suas propagandas em formato de poesias distinguiam-no dos demais candidatos.

Faleceu na noite do dia 25 de março de 2023, no Hospital São Rafael, em decorrência de problemas respiratórios.

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