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Meteoritos que caíram em PE rendem até R$ 100 mil para ‘caçadores’ e pesquisadores

Os meteoritos cairam na cidade no último dia 19 de agosto (Foto: Reprodução/JC)

A chuva de meteoritos na cidade pernambucana de Santa Filomena vem dando o que falar e, por quê não, o que procurar também: a cidade com cerca de 14 mil habitantes vem sendo o principal foco de buscas de fragmentos de meteoritos por pesquisadores e “caçadores” do Brasil e de outros países do mundo nos últimos dias.

A cidade foi uma das atingidas pela “chuva”, tida como normal por pesquisadores. Em Santa Filomena, os especialistas vasculham o chão e terrenos da região com moradores na esperança de encontrar alguns dos fragmentos deixados pelo bólido na cidade por volta das 10 horas do último dia 19 de agosto, período em que o fenômeno foi registrado.

O meteorito é um registro fóssil do sistema solar derivado de um meteoro, asteroide geralmente atraído para a Terra após o planeta realizar o fenômeno de translação: movimento em torno do sol. Por muitas vezes, os meteoritos trazem em sua composição materiais raros que corroboram para estudos científicos. A explicação vem do pesquisador Mairton Romeu, integrante do Grupo de Estudos em Astronomia e Astrologia (Gepac) do Instituto Federal do Ceará (IFCE).

Um vídeo disponibilizado pela Brazilian Meteor Observation Network (Bramon) mostra o momento exato da queda. A organização sem fins lucrativos opera uma rede de monitoramento de meteoros no País.

Segundo informações do G1, quatro mulheres pesquisadoras da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) foram as primeiras a chegar à cidade. O Setor de Meteoritos do Museu Nacional da UFRJ é o maior do País e é para lá que as amostras colhidas serão direcionadas. Algumas para estudos mais aprofundados e outras para exposições ao público.

Entretanto, há outras pedras no meio do caminho: além da difícil busca do material, as pesquisadoras também perpassam por colecionadores que chegam a ofertar valores de até R$ 100 mil nos fragmentos, inclusive no do mais cobiçado, com peso de 40kg. O maior fragmento estava até então na posse de um colecionador americano que não revelou o preço dado pela raridade, de acordo com o portal.

Mairton enxerga com preocupação as aquisições dos colecionadores de meteoritos. “Não que a pessoa não possa colecionar, mas há uma perda de informações. Aquele fóssil vai ficar só para uma pessoa e não vai ser utilizado [para pesquisas científicas]”, diz.

Mas a história teve um final definido: ainda na manhã desta segunda-feira, 31, a peça de 40kg será transportada para o Rio de Janeiro compondo, assim, o acervo do Museu Nacional. As estudiosas da instituição explicaram que se trata de um meteorito do tipo condrito, que são rochosos que não foram modificados devido à fusão ou diferenciação do corpo de origem.


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