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Desespero: Cerca de 11 mil brasileiros no exterior não conseguem voltar para casa

Com o fechamento de fronteiras terrestres e aéreas decretado em vários países em do mundo, meio à pandemia de coronavírus, milhares de turistas brasileiros se viram sem voo de volta, sem poder sair do hotel por causa da quarentena e sem saber quando poderão voltar para casa.

A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), que lançou um formulário online para cadastrar brasileiros que tinham passagem comprada para retornar, mas não conseguem por causa das restrições, recebeu até o fim da tarde desta segunda-feira (23) quase 11 mil cadastros de pessoas nessa situação.

O objetivo do formulário, afirma o órgão, é “oferecer um diagnóstico de onde estão essas pessoas para facilitar esse trâmite junto ao Ministério das Relações Exteriores, empresas aéreas e autoridades de aviação dos demais países”.

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Já o Itamaraty divulgou ter registro de 6.000 pessoas que procuraram ajuda consular para a repatriação, das quais metade conseguiu voltar para casa até agora.

Entre os países com mais brasileiros nessa situação, segundo o cadastro da Anac, estão Portugal, Peru, México e África do Sul. Nos locais onde há mais turistas, eles se reúnem em grupos de WhatsApp, se organizam para ir às embaixadas ou aos aeroportos para obter informações e trocam dicas de hospedagens e estabelecimentos que ainda estão abertos para comprar comida.

Muitos estão ficando sem dinheiro e há gente dormindo dentro do aeroporto. Nas redes sociais e nas conversas que alguns tiveram com a Folha, a maioria reclama de não obter informações com as companhias aéreas e com os consulados e embaixadas.

O Itamaraty, por sua vez, criou um grupo para gerir a crise e diz que tem negociado com os governos que fecharam as fronteiras ou o espaço aéreo —por exemplo, o do Peru— e com as companhias aéreas, para que abram voos extras.

Também afirma que está dando assistência aos brasileiros que se encontram nessa situação, com especial atenção a casos de pessoas doentes ou com outros problemas mais sérios. De fato, alguns deles relataram à Folha terem recebido contatos e ajuda de embaixadas e consulados.

Já saíram voos de repatriação de países como Peru, Marrocos e Portugal. O órgão afirma que suas representações continuam trabalhando “incansavelmente” para repatriar os brasileiros, mesmo quando precisam funcionar em regime diferenciado por causa das regras de quarentena determinadas pelos governos de cada país.

O ministério não está arcando com os custos das viagens, “inclusive por falta de previsão legal”, afirma. Questionado se planeja fretar aviões comerciais ou usar aviões da FAB (Força Aérea Brasileira), respondeu que está focado em “garantir o retorno dos brasileiros usando voos comerciais disponíveis”, mas que pode considerar outras opções, “dependendo da evolução dos acontecimentos”.

Enquanto isso, alguns brasileiros gravam vídeos de apelo, para ver se conseguem despertar a atenção para seus casos. Muitos dizem que quando saíram de viagem não esperavam que a situação fosse se agravar a esse ponto.

FONTE: FSP

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