O corpo da delegada pernambucana Patrícia Neves Jackes Aires, de 39 anos, foi sepultado na manhã desta terça-feira (13), no Cemitério Parque das Flores, em Recife, em meio à forte emoção de amigos, familiares e colegas de profissão. O noivo de Patrícia, Tancredo Neves Feliciano de Arruda, encontra-se preso após confessar o assassinato da delegada.
O velório e o enterro foram marcados por um clima de tristeza e indignação, com pedidos de justiça por parte dos presentes. Jeisiane Florentino, amiga de Patrícia, expressou sua revolta e tristeza em entrevista à TV Globo: “Vai ter um propósito, essa morte dela, para representar muitos casos que ficam impunes. Patrícia era uma querida, era forte, muitas vezes eu me questiono por que isso aconteceu.” Jeisiane lembrou que a delegada era uma defensora ativa das causas contra a violência doméstica, ironicamente tornando-se uma vítima dessa mesma violência.
Outra amiga de longa data, Márcia Pascoal, destacou a alegria e o sorriso constante de Patrícia como as principais lembranças que guardará dela: “Ela era maravilhosa, muito alegre. E é esta lembrança que a gente quer ter de Patrícia: a alegria e o sorriso.”
O delegado-geral da Polícia Civil de Pernambuco, Renato Rocha, também compareceu ao enterro e enfatizou a importância das denúncias em casos de violência doméstica: “A gente ressalta a necessidade de as mulheres não se calarem, de buscarem apoio da polícia, da família principalmente, e registrar sempre que for vítima de violência.” Tancredo Neves já possuía um histórico de várias denúncias contra ele.
Patrícia, natural do Recife, formou-se em letras, jornalismo e direito, tendo atuado como professora antes de ingressar na Polícia Civil da Bahia, onde trabalhou por 10 anos. Ela deixa um filho de 7 anos, fruto de um relacionamento anterior.
A tragédia marca um momento de profunda dor para todos que conheciam e admiravam Patrícia, reforçando a urgência da luta contra a violência doméstica.